
Rui Borges analisou a vitória do Sporting contra o Famalicão. Treinador respondeu à pergunta do Bola na Rede em conferência de imprensa.
O Sporting venceu o Famalicão por 3-1 na 26ª jornada da Primeira Liga. O Bola na Rede esteve no Estádio de Alvalade e, no final do jogo, teve a possibilidade de colocar uma questão a Rui Borges, técnico dos leões.
Lê AQUI a pergunta e resposta colocadas a Hugo Oliveira, técnico famalicense.
Bola na Rede: Na primeira parte, o Sporting apostou várias vezes num ataque mais direto e na segunda parte sentiu-se a melhoria na capacidade ofensiva com bola e no ataque apoiado. Taticamente como explica a melhoria com bola e o processo ofensivo ao longo do jogo?
Rui Borges: Na primeira parte acabámos por explorar mais o passe longo porque deixámos o Famalicão crescer nesse tempo e eles instalaram-se mais alto. É natural que quando ganhámos bola, porque sabemos o que o Viktor [Gyokeres] nos dá, e os colegas sabem o que o Viktor nos dá, em alguns momentos em vez de sairmos apoiado o vamos buscar. Percebemos que está lá o espaço e isso é ser inteligente porque o passe longo é, com espaço, uma arma que temos. Se a equipa nos dá esse espaço, é esse o espaço que temos de ir buscar, ainda para mais com um jogador como o Viktor. Quando deixámos crescer o Famalicão, tornou-se mais fácil procurar esse espaço longo na profundidade porque o Famalicão também estava com uma linha de quatro e nós, nalguns momentos, tínhamos uma linha de cinco. Lembro-me de metermos no início algumas bolas muito boas no Quenda no ataque à profundidade porque uma linha de quatro demora mais tempo a ajustar em cinco homens sobre a linha deles. Criámos alguma aflição no adversário. Quando baixámos, surgiu o espaço nas costas e a equipa tentou sair várias vezes demasiado rápido e fomos perdendo algum espaço e confiança. Na segunda parte fomos mais pressionantes, ganhámos mais bolas no meio-campo ofensivo e o Famalicão estando mais baixo, tínhamos de ter mais paciência e tentar insistir nos corredores. Ganhámos corredores e microsuperioridades de 3X2, 4X3 nos corredores. Tínhamos de insistir aí porque tínhamos mais gente e podíamos perder à bola que tínhamos gente para reagir à perda. A equipa percebeu isso e institui nisso. Daí a substituição do Quenda vir para a direita porque precisávamos de algo diferenciado. Estávamos a apanhar muitas vezes 1X1 com o Iván [Fresneda], só que ele é um lateral e não o extremo. O Quenda deu-nos isso e provocámos mais perigo sobre o Famalicão. Já lá estávamos instalados e a equipa percebeu o que tínhamos de fazer, que movimentos. Foram coisas simples que falámos ao intervalo, a linha defensiva basculou mais rápido, fomos buscar mais vezes a largura e os homens no espaço entrelinhas. Eles perceberam o que tínhamos de fazer e melhorámos muito na segunda parte, mas teve mais a ver com o espaço que estava lá. No primeiro momento a profundidade porque estávamos a jogar mais baixo e não estávamos a perceber os espaços que tínhamos para pressionar e na segunda fomos uma equipa pressionante e instalada no meio-campo ofensivo, por isso tínhamos de ter mais paciência com bola, maior basculação e a equipa percebeu claramente isso.