O Sporting esteve muito perto de vencer no Dragão e de aumentar para 11 os pontos de diferença para o FC Porto na liderança isolada da Liga, mas acabou por sofrer o golo da igualdade, já no tempo de compensação, e quem pode aproveitar é o Benfica. No final do encontro, Rui Borges lamentou esse golo sofrido nos últimos minutos e também o facto dos seus jogadores terem perdido o equilíbrio emocional, mas destacou a boa exibição coletiva, especialmente na primeira parte.
«Na primeira parte fomos claramente melhores. Controlámos o jogo com e sem bola, a única oportunidade que o FC Porto tem é uma perda de bola nossa à entrada da área, do Inácio, porque o FC Porto estava adormecido, não conseguia sequer chegar à nossa baliza. De resto, controlámos o jogo. Na segunda parte não entrámos muito bem, nos primeiros dez minutos fomos baixando e perdendo alguma confiança, principalmente no processo ofensivo. Depois tentámos ajustar com uma linha de cinco para tentar defender a largura do FC Porto. Sabíamos que íamos estar com um bloco mais baixo, mas mesmo assim as melhores oportunidades foram nossas. As oportunidades do Harder e do Quenda... podíamos ter feito o 2-0, mas não fizemos. O FC Porto tentou ser mais audaz, natural, está a perder, tentou pressionar mais alto, nós fomos perdendo alguma confiança, energia, fomos baixando linhas, mas controlando, até perto do final. Foi um jogo ingrato, nesse sentido, mas podíamos ter sido mais inteligentes na segunda parte e perdemos o equilíbrio nos últimos cinco minutos... e não podemos perdê-lo», começou por dizer, em entrevista rápida à Sport TV.
«A linha de cinco era mesmo para isso. Como não entrámos tão bem na segunda parte, achei que era importante tapar a largura do FC Porto, os duelos um para um serem longe da área, para os nossos laterais conseguirem encurtar mais rápido. Ter mais gente para os cruzamentos que era o acabava por acontecer e fomos controlando, mesmo com o bloco mais baixo. Com bola podíamos ter tido mais calma, mas, como eu disse, os dois melhores momentos da segunda parte para fazer golo foram nossos e acabámos por não conseguir fazê-lo, e saímos penalizados, se calhar, por baixar demasiado, mas são contingências do jogo que nós às vezes não controlamos. O FC Porto a perder e a jogar em sua casa, e nós agarrámo-nos um bocadinho ao resultado, perdendo essa energia. São coisas naturais do jogo, em que temos de lutar em alguns momentos. Estamos a jogar com uma boa equipa, não vamos estar sempre num processo ofensivo, temos de estar cientes disso, mas mais importante do que isso é não podermos perder o equilíbrio emocional nos últimos cinco minutos, que não é muito benéfico para aquilo que é o futuro», explicou, comentando as expulsões de Matheus Reis e Diomande, e também a lesão de João Simões.
«Sim, um pouco isso. Já estamos algo condicionados com algumas lesões, ainda para mais com castigos, acaba por condicionar ainda mais, mas continuaremos fortes, com toda a certeza. A equipa tem dado uma resposta fantástica, demonstaram o porquê de serem campeões nacionais, fizeram um grande jogo, apesar de tudo, no coletivo foram corajosos, ambiciosos... é seguir o nosso caminho», atirou, voltando a relembrar que continuam em primeiro lugar da Liga e elogiando, indiretamente, as prestações de Fresneda, que voltou a marcar.
«Há poucas semanas todos diziam que o Sporting também já estava desmotivado, fora do título, que não ia ser capaz. O Sporting está em primeiro, melhor defesa e melhor ataque, não era, por isso são coisas que nos temos de agarrar, coisas positivas. Temos feitos grandes jogos, um acumular de jogos muito seguidos, temos tido com duelos contra grandes equipas e temo-nos batido como verdadeiros campeões. Por isso, dar algum valor à equipa, por aquilo que têm demonstrado e os dados falam por si», referiu, admitindo que o empate sabe a pouco.
«Nós queríamos ganhar, custa sair daqui com um ponto, porque tivemos até ao fim, é certo, uma segunda parte menos conseguida em termos ofensivos, mas merecíamos por tudo o que fizemos, pelas oportunidades que tivemos apesar de estarmos com um bloco mais baixo. Merecíamos a vitória e custa-nos sempre sair daqui com um ponto. Nesse sentido, esta equipa quer ganhar e manter distâncias. Somos primeiros e queremos continuar a ser, e os três pontos garantem-nos sempre esta margem», finalizou.