
Em entrevista ao jornal esloveno Delo, o presidente da UEFA, Aleksander Ceferin, vincou a dicotomia inerente à sobrecarga de jogos que afeta os clubes e jogadores da elite do futebol europeu: «O calendário está completamente cheio e não há espaço para novas competições, os jogadores jogam provavelmente demasiado, mas na realidade, maioritariamente, são os que recebem mais que reclamam.»
«A situação é complexa: os clubes precisam de mais jogos para pagar jogadores e treinadores. Se houvesse menos jogos, o negócio não seria sustentável» explicou Ceferin, que defendeu que o novo Mundial de Clube contribui mais para o cenário competitivo considerado insustentável por cada vez mais jogadores.
O presidente da UEFA fez ainda um balanço positivo das mudanças no formato das três competições europeias de clubes e do impacto das mesmas no congestionamento do calendário: «Inicialmente o foco estava nas críticas que aparecem sempre que há uma mudança. Estimo que 99% das pessoas estão satisfeitas com a UEFA Champions League renovada. A competição é ainda mais imprevisível do que antes.»
«Estive no PSG-Manchester City. Ao 0-2, o meu amigo Nasser Al-Khelaifi disse-me que não sabia se conseguia trabalhar no futebol devido a todo o stress» recordou Ceferin, para exemplificar o crescimento da competitividade inerente ao novo formato.
O presidente da UEFA garantiu ainda que não há qualquer negociação a decorrer para que a final da Champions League tenha lugar fora da Europa. Ainda assim, Ceferin defende o crescimento da indútria do futebol para países excluídos pelos europeus pelo seu regime: «No Qatar, por exemplo, o Mundial mudou muitas coisas para melhor. Este é um exemplo típico dos sermões dos populistas políticos europeus que não reconhecem culturas e religiões diferentes.»
No meio de uma grande entrevista, Ceferin falou ainda sobre a disputa pela última Bola de Ouro entre Rodri e Vinícius e defendeu que apenas soube quem seria o vencedor do prémio no dia do evento. Em relação às notícias que ligam o extremo brasileiro do Real Madrid à Arábia Saudita, o esloveno é taxativo: «Levo tão a sério como os rumores que a Champions League será jogada fora da europa. É um grande valor que não tem qualquer base financeira, mas é uma decisão dos sauditas,»