
Quando, no início do passado mês de fevereiro, o SC Braga anunciou a cedência de Matheus ao Ajax – empréstimo até ao final da temporada com cláusula de opção de compra de 3 milhões de euros –, quebrava-se um ciclo invejável na baliza dos arsenalistas: o brasileiro tinha sido quase sempre o titular nos 10 anos que levava no Minho (apenas na época 2018/2019 não foi indiscutível entre os postes, com Tiago Sá a assumir maioritariamente o posto).
Chegou a pensar-se que os bracarenses podiam ir ao mercado contratar um novo guarda-redes, mas… nada mais errado. A opção foi apostar em definitivo em Lukas Hornicek, que nos anos anteriores somava oito jogos pela elite arsenalista – chegou ao clube em 2019/2020 e passou pelos sub-19, pelos sub-23 e pela equipa B. E o tiro foi… certeiro.
O jovem checo, de apenas 22 anos, assumiu a responsabilidade com a frieza de um cubo de gelo e não há adepto dos guerreiros que não esteja descansado com o camisola 91.
Titular em 15 jogos na presente temporada (oito clean sheets) – foi suplente utilizado diante da Roma, para a UEFA Europa League, devido à expulsão de Matheus – Lukas Hornicek sofreu apenas nove golos. A sua presença entre os postes tem dado segurança total à equipa e esses dados serviram de mote para que A BOLA estivesse à conversa com Bruno Rodrigues, defesa-central que alinha no Chaves e que foi colega de equipa de Hornicek no SC Braga.
«Quando começámos a jogar juntos ainda não o conhecia. Ele chegou ao clube e no primeiro ano foi para os sub-19, sendo que eu já estava na equipa B. Mas quando eu via os jogos dos sub-19 percebia que ele tinha muita qualidade. Depois acabámos por jogar juntos na equipa B e, a seguir, também no plantel principal. Nessa altura confirmei o que pensava. O Lukas teve paciência, soube esperar o seu momento, trabalhou muito e agora agarrou a sua oportunidade», começou por dizer o agora flaviense.
E quais são, na ótica do transmontano emprestado, as principais qualidades do antigo companheiro de equipa? «É muito calmo e tem uma enorme qualidade de jogo de pés. Estamos a falar de um guarda-redes que é bastante forte entre os postes, porque é alto e tem uma enorme elasticidade. No início não era tão bom a sair dos postes, mas evoluiu muito nesse particular e hoje está bastante completo. Pode chegar onde quiser ao longo da carreira. O SC Braga tem no Lukas um guarda-redes de presente e de futuro e que pode ajudar o clube a alcançar ainda mais sucessos.»
A finalizar, Bruno Rodrigues salienta ainda que o internacional sub-21 pela Chéquia é «um miúdo muito tranquilo, com uma personalidade recatada, e que gosta de estar na dele».
Tiago Sá é a experiência na sombra
No que às idades diz respeito, e apesar de ser o titular da baliza bracarense, Lukas Hornicek está no meio dos dois concorrentes pelo referido posto específico. O jovem checo tem 22 anos, sendo mais novo do que Tiago Sá (30) e mais velho do que João Carvalho (20).
Esta mescla de experiência com juventude leva a que a disputa seja saudável e… benéfica para todos. Hornicek tem a seu favor o facto de apresentar uma frieza assinalável, especialmente nos momentos que parecem ser mais delicados de resolver, mas além das suas qualidades individuais tem também a ajudá-lo o esforço diário dos dois companheiros, algo que o obriga a trabalhar sempre nos limites para manter o estatuto que granjeia atualmente nas escolhas de Carlos Carvalhal – técnico que o lançou na alta-roda do futebol arsenalista, na época 2021/2022.
Tiago Sá é um filho da casa – nunca conheceu outro clube na carreira – e está sempre pronto para ajudar a equipa, seja dentro de campo ou fora dele.
João Carvalho também já leva cinco anos de clube e tem crescido a olhos vistos. É uma das grandes promessas de futuro dos minhotos.