
José Mourinho chegou ao Chelsea em 2004 e construiu uma equipas mais vencedoras da Premier League, tendo nesse ano de estreia conquistado o título inglês com 95 pontos e apenas 15 golos sofridos. Numa entrevista ao The Telegraph, o técnico português reviveu esses tempos de glória e acabou por destacar um triunfo pela margem mínima (1-0) frente ao Blackburn, triunfo esse que evidenciou a crença e compromisso da equipa.
"Nesse jogo o Arjen Robben partiu o pé. Se fosse hoje, com os novos bebés do futebol que temos... e quando digo bebés do futebol, digo jogadores, árbitros e VAR. Temos muitos bebés neste momento no futebol. Esse jogo terminaria 11 contra sete. Os sete, claro, perderiam o jogo, mas os 11 iriam para casa a chorar: 'Tenho aqui uma nódoa negra, tenho o tornozelo grande, tenho de levar dois pontos'. Esse jogo foi um jogo em que mostrámos a toda a gente que éramos homens. Era um jogo cheio de lama. Não havia bebés. O árbitro esqueceu-se dos cartões e nós vencemos. Mesmo com o impacto emocional do Robben a partir o pé. Mesmo com tudo isso. Petr Cech, uma atuação louca na lama, a lutar para manter o resultado", afirmou o 'special one', acrescentando:
"No final do jogo, senti 'esta não é uma equipa de futebol, mas também um grupo de gladiadores'. Um grupo de lutadores. Não importa se é lama ou um dia bonito, estamos prontos para tudo. À chuva e à trovoada, tínhamos os adeptos do Chelsea. Por isso, no final do jogo, quando disse aos rapazes para tirarem as camisolas, a intenção era dupla. Uma, as camisolas para os adeptos, porque para eles é muito importante. E a outra era mostrar-lhes quem somos. Mostrar-lhes o vosso corpo, mostrar-lhes a vossa força. Claro que, nessa altura, nem toda a gente tinha um 'six pack', como tem agora. Mas não importava, sem um 'six pack', mostrávamos que tínhamos colocado o nosso corpo na luta. Por isso, isso significava muito."