
Um golo nos instantes finais do prolongamento levou o Torreense a conquistar hoje a 21.ª edição da Taça de Portugal feminina em futebol, após vencer o Benfica por 2-1, alcançando o primeiro troféu da sua história.
Cristina Martín-Prieto, aos 24 minutos, deu vantagem às encarnadas, que se foi mantendo até aos instantes finais, altura em que o esforço do conjunto do Oeste conduziu a um golo de Janaína Weimer que valeu a igualdade e arrastou o jogo para prolongamento.
No tempo extra, as torreenses repetiram a receita e garantiram a reviravolta e também a conquista do troféu com um golo de Salomé Prat, aos 120 minutos.
Com a conquista da Taça de Portugal, o Torreense evitou que o Benfica chegasse ao ‘triplete’ esta temporada, juntando a Taça ao ‘penta’ no campeonato nacional e a Taça da Liga (2-1 ao Sporting na final) e, ao invés, as comandadas de Gonçalo Nunes bateram-se com galhardia, nunca desistiram e marcaram por duas vezes em períodos finais – do tempo regulamentar e, depois, do tempo extra – para celebrar a primeira conquista do seu setor feminino.
O Benfica, que era apontado como favorito à partida em função do seu palmarés e de ter terminado o campeonato sem derrotas, entrou melhor em jogo e logo aos cinco minutos agitou as redes contrárias por Cristina Martín-Prieto que, no entanto, se encontrava em posição de fora de jogo.
Dez minutos depois, as águias voltaram a manifestar-se na área contrária e novamente por Martín-Prieto, que voltava a ameaçar ao fletir para dentro a partir da esquerda e atirar cruzado, com perigo, perto do poste esquerdo.
O jogo exibia equilíbrio, garantido pela boa organização do Torreense, que dividia bem a disputa com as águias, mas, aos 24, um erro de marcação da sua capitã, Carolina Correia, colocou a (inevitável) goleadora benfiquista, Cristina Martín-Prieto, em posição muito favorável para marcar e, perante a saída da guarda-redes Janny Belém, colocou-lhe um vistoso chapéu para celebrar a vantagem.
O Torreense manteve o bom nível de jogo que apresentava e na segunda parte surgiu com frequência na área adversária, porém foi pouco eficaz no momento do remate. Mesmo assim, esteve muito perto de assegurar a igualdade aos 57, através de um remate de Daniuska Rodriguez, enquadrado com a baliza, mas Carole Costa surgiu como última barreira e evitou, em esforço, que a adversária pudesse finalizar.
As águias resistiram a esse período de maior pressão colocada pelas torreenses e voltaram a apresentar-se próximas da eficiência habitual no período final do encontro. Aos 74, Marit Bratberg-Lund quase colocava a bola por cima de Janny ainda a partir de fora da área, mas a guardiã do conjunto de Torres Vedras respondeu com boa defesa.
Dez minutos passados, foi Christy Ucheibe quem, num cabeceamento colocado, ainda deu sensação de golo aos adeptos presentes nas bancadas do Jamor, o que não sentenciava o resultado e levou a que o Torreense, num último esforço, ainda tenha obrigado a guarda-redes benfiquista, Lena Pauels, a duas defesas atentas – uma delas de elevado grau de dificuldade, a remate de Salomé Prat em zona frontal – e, com mérito, levou a partida a prolongamento: mérito para a cabeçada certeira de Janaína Weimer.
No tempo extra, apesar de a equipa encarnada ter procurado ‘puxar dos galões’ no período inicial, o ritmo foi decaindo face ao forte calor que se registava e os muitos minutos de competição acumulados pelas duas equipas.
Chegado o período final, o ‘filme’ repetiu-se relativamente à segunda parte do tempo regulamentar e, sobre o minuto 120, Salomé Prat atirou certeiro, num lance de insistência, e ofereceu ao Torreense a primeira Taça de Portugal da sua história.