O Newcastle é o novo vencedor da Taça da Liga Inglesa e, assim, pôs fim a um intervalo de 56 anos sem conquistar um troféu! A equipa de Eddie Howe superiorizou-se ao Liverpool em campo e nem um susto aos 90'+5 impediu que os magpies batessem os reds por 2-1 para conquistarem a EFL Cup.

Talvez tenha sido a fome provocada por esse jejum de 56 anos sem medalhas que levou o Newcastle a ser tão melhor no primeiro tempo. Mais pressionante, mais vertical, mais forte fisicamente e mais perigoso. O Liverpool não fez qualquer remate até ao terceiro minuto da compensação e, mesmo tendo mais posse de bola, não conseguiu explorar o talento ao nível do meio-campo e as várias bolas lançadas na profundidade. É neste aspeto que está a grande força dos comandados de Eddie Howe: muito jogo físico, equipa plenamente encaixada no adversário e, com velocidadde, chegar à frente. Ou então... de bola parada.

A sequência de cantos estava bem ensaiada: o objetivo era encontrar Dan Burn, central de 1,98 metros. À terceira vez que isso aconteceu, foi fatal: a marcação de Mac Allister foi feita com os olhos e o inglês não deu hipóteses mesmo em cima do descanso. Logo a seguir ao intervalo, o Liverpool ainda esboçou tentativa de entrar de outra maneira na partida, em busca do resultado, mas Isak, que viu um golo ser anulado aos 50', só precisou de três minutos para marcar a contar, para grande festa da bancada preta e branca de Wembley.

O 2-0 no marcador era, no fundo, o espelho de uma equipa que parecia querer mais este troféu. As finais não são para se jogar, mas sim para ganhar. É uma máxima consensual no mundo do futebol (e do desporto) e o Newcastle soube lidar melhor com isso. Joelinton festejava cada bola que conquistava como se fosse um golo e era espelho da garra dos magpies. Ganhou quem jogou melhor e, neste caso, os melhores foram aqueles que ganharam mais duelos, correram mais e souberam lutar. O Liverpool foi uma sombra daquilo que costuma apresentar, não soube explorar os espaços nem as costas da defesa — nem Mohamed Salah, muito apagado em campo —, permitiu, em dois cruzamentos, que o adversário marcasse e só acordou já depois do 0-2.

Curtis Jones obrigou Pope a uma grande defesa e, por momentos, a vitória do Newcastle ainda esteve em causa, com Federico Chiesa a reduzir já na compensação. Contudo, o chuveirinho dos de Anfield não deu frutos e, ao apito final, a festa foi de quem, nos últimos quase 60 anos, raramente o pôde fazer, com lágrimas fora de campo, de quem apoia, e de dentro, de quem sente a importância da conquista que alcançou. O Newcastle voltou a conquistar um troféu depois da conquista da Taça das Cidades com Feiras de 1969,. O Liverpool, que era candidato a quatro troféus, já só está numa frente. E, numa altura em que tanto se fala de possíveis saídas de Salah, Van Dijk e Alexander-Arnold no final da temporada, não é a melhor forma de tentar convencer estes jogadores a renovar.