
Jorge Martín regressou no Qatar após meses de sofrimento a recuperar de duas quedas feliz, por, finalmente, poder exibir o número 1 na sua Aprilia. O que o campeão do Mundo não esperava era que, a oito voltas do final da quarta etapa do Mundial de MotoGP, novo inferno se abatesse sobre si.
O espanhol seguia em 17.º lugar quando caiu novamente.
Imediatamente atrás seguia Fabio Di Giannantonio que não conseguiu evitar o impacto com Martín já no solo.
«Tivemos muita sorte, isso é o mais importante. O Jorge estava à minha frente e saiu um pouco largo, eu estava muito perto para tentar passá-lo e quando ele caiu o corpo dele ficou mesmo à frente da minha moto, num momento em que sabemos que vamos a 200km/h. Não conseguia fazer nada e toquei-lhe. Enquanto continuava só pensava nele, estava muito preocupado. Por isso, no final da corrida fui para a frente da boxe dele. Só queria que a equipa me dissesse que estava tudo bem», contou o n.º 49 em declarações ao GPOne.
Infelizmente para o espanhol não estava. Martín está internado a resolver o colapso de um pulmão e a lidar com 11 costelas fraturadas como o próprio confirmou esta manhã.
«Fiquei surpreendido e todo arrepiado. Foi a cena mais feia da minha vida. O Jorge sofreu um forte acidente, caiu. Tentava ver os ecrãs através das grades para perceber como estava, parecia bem e por isso não mostraram a bandeira vermelha», continuou o italiano de 26 anos.
«Somos humanos, praticamos um deporto muito perigoso, talvez um dos mais perigosos do Mundo e temos consciência disso. Não devia dizê-lo, mas nós, os pilotos, nunca nos imaginamos numa má situação. A morte, uma lesão muito grave são pensamentos distantes, mas a realidade é que com 200 quilos e 200 km/h qualquer coisa pode acontecer com a moto e o piloto. Há quem seja mais realista, outros menos quando falamos disto. O episódio com o Jorge foi muito angustiante eo mais importante hoje não é o pódio, nem ser competitivo, mas sim saber que ele está bem, mesmo que se tenha lesionado novamente. Para mim a vitória hoje é saber que ele está bem, tendo em conta que podia ter sido muito pior», rematou o piloto da VR46.