
Após uma luta de mais de três anos contra um cancro, Jorge Nuno Pinto da Costa morreu este sábado, aos 87 anos. Parte uma das maiores figuras do futebol português, o presidente que mais títulos ganhou na história do futebol mundial, numa liderança do FC Porto que durou 42 anos e que terminou a 28 de abril deste ano, numas eleições em que os sócios do FC Porto escolheram a mudança, elegendo André Villas-Boas por larga maioria.
O estado de saúde do ex-presidente do FC Porto deteriorou-se nos últimos meses, nomeadamente depois da apresentação de “Azul até ao Fim”, na Alfândega do Porto, a 27 de outubro. Um livro escrito já em jeito de despedida e que teve como ponto de partida o diagnóstico de cancro, em setembro de 2021.
Depois de uma ligação ao FC Porto que começou ainda nos anos 60 nas secções de hóquei em patins e de boxe, e depois com o cargo de diretor para o futebol, Pinto da Costa tornar-se-ia presidente do clube em 1982, iniciando-se aí um período de retumbante sucesso.
Foram 23 campeonatos, o único penta da história do futebol português, entre 1995 e 1999, aos quais juntou o êxito europeu: num futebol dominado pelos cinco principais campeonatos, o FC Porto foi duas vezes campeão da Europa de clubes na vigência de Pinto da Costa (em 1987 e 2004), vencendo ainda por duas vezes a Taça UEFA/Liga Europa (em 2003 e 2011) e a Taça Intercontinental (1987 e 2004).
O sucesso no futebol repetiu-se também nas diversas modalidades amadoras onde, aliás, começou a sua caminhada no dirigismo: foram mais de 1.300 títulos, do atletismo ao bilhar, do hóquei em patins ao andebol, entre tantas outras.
Figura tão incontornável da história do futebol português quanto controversa, amado por uns e odiado por outros, Pinto da Costa foi ainda um dos protagonistas do processo “Apito Dourado”, que abalou os alicerces do futebol português. Pinto da Costa foi pronunciado por corrupção desportiva ativa, mas ilibado por falta de provas. No processo Apito Final, que nasceu do Apito Dourado, o Comité Disciplinar da Liga condenou Pinto da Costa a uma suspensão de dois anos, castigo que acabou anulado pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol, em 2017.