Martín Anselmi deu conta do seu entusiasmo na cerimónia de oficilização como treinador do FC Porto. Agradecendo "ao presidente, ao Jorge Costa e ao Zubizarreta" por confiar no trabalho da sua equipa técnica e lhes darem "esta enorme responsabilidade e este grande prestígio, de defender estas cores".

"Quero também deixar uma palavra aos adeptos, que ontem no estádio me fizeram sentir carinho, apoio. Prometer-lhes que, a partir de agora, vamos começar a construir uma equipa que represente e que se identifique com todos os portistas", começou por dizer, respondendo de seguida a algumas perguntas.

Expectativas e conhecimento do clube
"Ainda não consigo falar português, mas no futuro vou tentar... As sensações são enormes. Muita felicidade. Aqui respira-se algo com o qual sonhei toda a minha vida. Paixão, cultura pelo trabalho, exigência, a necessidade que a equipa transmita luta. As pessoas do FC Porto, os títulos, são muito importantes. Creio que se respira isto em tudo o que está aqui. E identifico-me totalmente nesta cultura de trabalho. Passaram muitos jogadores pelo FC Porto. Belluschi... Como disse o presidente, sentir e entender o que se vive no estádio... Queremos e estamos convencidos de que vamos construir uma equipa competitiva. Esse é o nosso primeiro objetivo".

Ideias táticas
"Os números, os sistemas... Queremos um futebol de vantagens, futebol posicional. Acredito muito nisso para atacar. Podemos construir com três [defesas], mas se um líbero aparecer, já podemos construir com quatro. No final das contas, os sistemas não significam muito. É preciso algo rígido. Acredito que, para a parte ofensiva, temos um sistema que se compõe constantemente. Acredito que para defender é preciso um sistema sim, porque há uma ordem, temos de defender quem salta [ao adversário]. E entendo que também é algo flexível. Nós não elegemos como atacar o rival, elegemos como atacar. É preciso ver por onde atacamos, se há homens livres, espaço. É preciso que o sistema se mova. Nos últimos tempos trabalhámos com uma linha de três, de cinco [a defender]. Precisamos de continuar a evoluir. No final das contas, o futebol evolui, os rivais adaptam-se e também melhoram. Os rivais são os nosso maiores maestros. A partir do momento em que o rival percebe as coisas, temos de nos reinventar. Acredito que seja por aí. É preciso entender a melhor estratégia para aproveitarmos as fragilidades do rival".

Que sonhos tem e diagnóstico à equipa
"Quero ser prudente. Acredito que os futebolistas são um contexto. Para vestir as cores do FC Porto, significa que estão todos capacitados. Mas a partir daí, os contextos mudam. Fazem o futebolista, melhoram ou pioram os jogadores. Vamos começar a entender muito melhor como estão os nossos jogadores. Sabemos que são bons, que estão capacitados, e queremos dar-lhes todas as ferramentas. E que eles façam o mesmo, para sermos melhores treinadores. Dar um diagnóstico seria imprudente, porque as sensações vão mudando à medida que vamos treinando. Ilusões? São muito grandes, claro. Acabei de conhecer o museu: há que pedir ao treinador para construir mais uma vitrina (sorriso)".