No mundo do futebol, muitas vezes, as melhores memórias que ficam com os adeptos de um clube ou do jogo em geral, não são as últimas nem as primeiras. Mas felizmente, existem casos de clubes com equipas históricas, mas cujo último episódio feliz também figura no álbum das grandes memórias. É o caso do Manchester United. Embora não seja campeão há quase 12 anos, a última vez que os red devils levantaram o troféu da Premier League no final da temporada, fica na memória dos adeptos como uma época em que tudo ia de vento em poupa.

Existia um conjunto de jogadores recheado de qualidade, uma junção muito rica entre gerações e em que foi a última vez, que o mundo do futebol viu Alex Ferguson a orientar o seu United a partir do banco. Assim ficou para a história a temporada 2012/13, para o emblema de Old Trafford.

Na verdade, a preparação e a alimentação para esta época, tinha começado no final da anterior. Estávamos em 13 de maio de 2012, na derradeira 38.ª jornada da Premier, apenas dois clubes lutavam pelo troféu. Eram os dois da mesma cidade, os dois únicos da mesma e o ambiente estava dividido e pintado a duas cores.

Um emblema que era campeão corrente, tinha as vitrinas recheadas de dias de glória e que lutava pela revalidação do escudo. O outro emblema, embora mais novo dois anos e muito mais modesto em histórico de troféus, tinha iniciado quatro anos antes, um percurso com a construção de um conjunto de jogadores com mais qualidade e com vista a reverter o histórico de anos na sombra do outro clube da cidade.

Em abono da verdade, diga-se que os milhões do novo investidor ajudaram imenso (Aguero, Dzeko, Nasri, David Silva ou Yaya Touré assinaram pelo clube neste período), além de ter feito os adeptos sonhar novamente (vitória na Taça de Inglaterra na época 2010/11). Chegou o dia da verdade: Outra vez Manchester United ou finalmente Manchester City?

No mais intenso duelo entre os dois emblemas mancunians de que há memória, a verdade é que mesmo ao cair do pano, a balança caiu (no limite) para o lado dos citizens. Enquanto no Stadium of Light, os red devils de Alex Ferguson somavam os três pontos triunfo (1-0, golo de Wayne Rooney) com o Sunderland, necessário para lutar pela revalidação do título até ao fim, o jogo entre o Manchester City e o Queens Park Rangers ainda decorria.

Mais empolgante será lembrar que nesse preciso momento, o jogo no Ethiad Stadium está empatado a dois golos e cerca de um minuto antes, os comandados por Roberto Mancini perdiam por 1-2. A verdade é que segundos após o jogo em Sunderland acabar, num molho de jogadores à entrada da área da equipa londrina, Mário Balotelli descobre o argentino Kun Aguero e passa-lhe a bola. Embora com pouco espaço para tentar a sua sorte, Aguero acredita e fá-lo no momento certo… golo! Um só momento que entrou para a história do futebol inglês. Com o triunfo por 3-2 sobre o QPR, o Manchester City é campeão passados 45 anos e rouba o título, mesmo no fim, ao rival United.

Após décadas, a cidade de Manchester era finalmente azul-claro em vez de vermelho vivo. Uma sensação muito amarga que tanto os adeptos red devils, como os jogadores e sobretudo Alex Ferguson, não iam esquecer tão cedo. O veterano técnico escocês, já muito experiente em fazer e refazer a equipa do seu United (já iam 25 anos em conjunto), meteu na cabeça que a sua retirada do banco de Old Trafford não ia ser aquela. Querendo sair pela porta grande e num momento de glória, Fergie arregaçou as mangas e deitou mãos à obra para a época 2012/13.

Apesar de ter condições para reverter a situação corrente, a oposição ia ser bem grande. O rival Man. City era campeão e ia manter o conjunto de luxo (Aguero, Tévez, Dzeko, Balotelli, Nasri, Silva, Touré, Hart, Kompany, Clichy ou Zabaleta) para revalidar a Premier.

O Chelsea tinha sido campeão europeu em Munique, frente ao Bayern e vencedor da Taça de Inglaterra, ia querer triunfar internamente novamente e com individualidades preciosas (Hazard, Mata, Torres, Óscar, Ramires, Lampard, David Luiz, Cole, Terry, Ivanovic ou Cech). O Arsenal podia voltar a surpreender, pois tinha qualidade para tal (Walcott, Podolski, Giroud, Ramsey, Santi Cazorla, Wilshere, Szczesny ou Arshavin) e mantinha aceso o duelo com o rival de sempre, Arsène Wenger.

O Tottenham agora orientado por André Villas-Boas, tinha ficado em quarto lugar no ano anterior (com Harry Redknapp) e ameaçava intrometer-se na luta, com um conjunto interessante (Bale, Defoe, Lennon, Gallas, Vertonghen, Walker, Sigurdsson, Lloris, Sandro, Dembelé ou Dempsey). Tal como o Liverpool, agora orientado por Brendan Rodgers, podia renascer e com um grupo de trabalho que ameaçava dar bons frutos (Gerrard, Suárez, Sturridge, Sterling, Johnson, Henderson, Allen ou Skrtel).

Para chegar novamente aos títulos e apesar de precisar de algumas caras novas para enfortecer a qualidade do plantel, Alex Ferguson manteve a base da equipa (durante a primeira metade da época) e com o mesmo esquema tático: 4x4x2 (além do 4x2x3x1, com características semelhantes).

Nele e à boa moda do escocês, muito é indispensável: Um guarda-redes com personalidade; dois centrais com postura e suficiente agressividade; dois laterais fortes a defender, mas ajudando a atacar quando necessário; dois médios centros capazes de conter, mas igualmente competentes a iniciar uma construção; dois extremos rápidos, bons a rematar e com capacidade de fantasiar; e dois avançados goleadores, um mais móvel e outro mais fixo, mas ambos a abrir e a aproveitar os espaços.

Apontando à reconquista da Premier League, mas também sendo um crónico candidato a ser feliz na Champions League e além de tentar a sorte nas outras competições internas (Taças da Liga e de Inglaterra), o United só tinha de ser fiel a si mesmo…e foi. Com um estilo de jogo tipicamente britânico, mas já consigo integradas as particularidades multiculturais de muitos elementos que fazem a diferença e aquela rapidez que é fatal, tanto na construção, como nas transições.

Indo setor a setor, na baliza, a escolha era clara. David De Gea tinha sido contratado no ano anterior ao Atlético de Madrid e com um enorme potencial de crescimento, o espanhol tinha margem de manobra para se afirmar em Old Trafford (com 41 jogos, foi o quarto jogador com mais minutos da equipa) e tornar-se dos melhores guarda-redes do mundo. Sendo um portento nos reflexos, no um para um e no jogo de pés, o destino do jovem guardião só podia ser esse. Anders Lindegaard, Ben Amos e Sam Johnstone eram naturalmente alternativas, com o primeiro a ser a principal (fez 13 jogos em toda época, os restantes dois não somaram qualquer minuto).

No lado direito da defesa, Rafael foi sempre a primeira escolha. Rápido e atrevido no ataque, o lateral brasileiro teve a época mais completa e goleadora da sua carreira (40 jogos, três golos e três assistências). Já Smalling, apesar de ser central, foi utilizado como lateral em muitos testes. Vermijil foi um recurso utilizado em apenas um jogo.

No centro da defesa, Rio Ferdinand era indiscutível. Um líder com muita personalidade, com um grande trajeto no clube e com muito sucesso. Nemanja Vidic foi sempre o outro pilar. Apesar de muitas lesões, o internacional sérvio tinha muita qualidade e era outro líder nato. Ambos eram consistentes em conjunto, tanto nas interceções, como na agressividade aos lances e sobretudo no jogo aéreo. Phil Jones era uma alternativa competente e foi uma surpresa a substituir Vidic na época anterior e ainda contou neste conjunto de Ferguson, tal como Jonny Evans. Scott Wotton e Michael Keane contaram pouco e foram emprestados no mercado de inverno.

No flanco esquerdo da defesa, Patrice Evra era dono e senhor da posição. Durante muitos anos, provavelmente a par de Ashley Cole, o melhor defesa-esquerdo do futebol inglês e dos melhores do futebol europeu. Tendo uma projeção particular, o internacional francês foi sempre uma garantia de liderança e coesão para o coletivo red devil. Butner foi uma alternativa credível, quando Evra não esteve. No entanto, o setor defensivo foi frágil nesta época do United, pois o mesmo consentiu 65 golos em 54 jogos (43 golos sofridos na Premier League).

No centro do campo, Michael Carrick sempre foi um dos homens da confiança de Fergie, pois jogava tudo e fazia de tudo, uma grande garantia para a coesão do meio-campo do United (dois golos e cinco assistências, em 46 jogos), tal como Paul Scholes e Darren Fletcher. Scholes regressou aos 37 anos depois da “primeira reforma” no final da temporada 2010/11 e embora fosse um dos “Fergie Babes”, claramente já não era o mesmo e só era chamado em determinados momentos.

Com tendência mais ofensiva, além do desempenho notável de Tom Cleverley (quatro golos e três assistências, em 32 jogos) e Anderson (dois golos e quatro assistências, em 26 jogos), Shinji Kagawa foi um dos grandes reforços da equipa, chegara por 16 milhões de euros e ofereceu boa visão de jogo e capacidade de passe ao ataque da equipa (seis golos e cinco assistências, em 26 jogos). Já Nick Powell e Tunnicliffe, pouco utilizados, saíram por empréstimo a meio da época.

Nos extremos, Antonio Valencia foi o mais utilizado (40 jogos). Embora não tenha tido o rendimento de outras épocas (um golo e seis assistências), a velocidade, a entrega e a capacidade de cruzamento eram indispensáveis à equipa. Ryan Giggs era o outro “Fergie Babe” ainda no ativo e a sempre a acrescentar liderança, técnica e habilidade ao conjunto (cinco golos e seis assistências, em 32 jogos). Uma verdadeira lenda do United, a jogar tanto à esquerda do ataque, como na posição dez. Além de Ashley Young, que não manteve a boa prestação da sua época de estreia (sem golos e apenas três assistências, em 23 jogos), havia Nani.

O internacional português, apesar de não ter a utilização e números de outras épocas (três golos e três assistências, em 21 jogos), era dono de uma técnica singular, rápido e sempre com objetivo de ajudar a equipa a concretizar o mais possível. Já Brady partiu a meio da época, para um empréstimo ao Hull City.

No setor atacante, a grande novidade foi Robin Van Persie. O internacional neerlandês foi o outro grande reforço da equipa, chegou por 30,7 milhões de euros e foi máquina goleadora (fez 30 golos e nove assistências, em 48 jogos). Vindo do Arsenal, passando a ser “traidor” para os gunners, Van Persie passou a ser herói em Old Trafford. A sua criatividade, personalidade, capacidade de último passe, tecnicidade e já para não falar nos (muitos) golos, tudo era indispensável para a equipa campeã que Alex Ferguson procurava fazer retornar.

A outra grande figura do ataque era, sem dúvida, Wayne Rooney. O internacional inglês era um dos principais, senão mesmo, o craque da equipa, já tinha batido recordes goleadores da história do clube e apesar de (por vezes) irregular, tinha atuações de fazer levantar um estádio. O “puto maravilha” voltou a ser influente (16 golos e 13 assistências, em 37 jogos).

Outra opção era Danny Welbeck, que apesar de não concretizar muito (dois golos e cinco assistências, em 40 jogos), demonstrou sempre talento e velocidade que lhe permitiu ser titular muitas vezes, tanto numa dupla de ataque como no flanco esquerdo. No entanto, o segundo melhor marcador da equipa (18 golos e cinco assistências, em 36 jogos) foi Chicharito Hernández. O internacional mexicano era portador de uma mobilidade enorme e capacidade de estar no sítio certo, à hora certa. Enquanto Macheda e King, saíram também por empréstimo no mercado de inverno.

Na Champions League, a caminhada prometia. Num grupo acessível com Galatasaray, SC Braga e Cluj, o primeiro lugar foi assegurado ao fim de quatro triunfos seguidos. Uma vitória caseira pela margem mínima (1-0) frente ao Galatasaray, uma vitória na Roménia (2-1) e mais duas sobre o conjunto bracarense orientado por José Peseiro (3-2 em Old Trafford e 3-1 na Pedreira), garantiram logo o acesso aos oitavos de final da prova. Embora o conjunto de Fergie tenha terminado a fase de grupos com duas derrotas (0-1 em Istambul e 0-1 com o Cluj, em casa).

Apesar do começo promissor, o sorteio dos últimos 16 não foi nada simpático para os red devils: Real Madrid. Campeão espanhol com 100 pontos na época anterior, à procura da décima Champions League e orientado por José Mourinho, brilhavam nessa equipa dos merengues: Cristiano Ronaldo, Mesut Ozil, Xabi Alonso, Ángel Di María Gonzalo Higuaín, Karim Benzema ou Sérgio Ramos.

Embora a 13 de fevereiro, no Santiago Bernabéu, um jogo bem dividido tenha valido um empate (1-1, duas cabeçadas de Welbeck e CR7), a história acabou por ser diferente na segunda mão, em Inglaterra. No jogo de Old Trafford, um autogolo do capitão madrileno Sérgio Ramos, no princípio da primeira parte, deu vantagem à equipa da casa além do domínio de jogo. No entanto, as coisas mudaram após um cartão vermelho a Nani num lance dividido com Arbeloa. Embora querendo acertar na bola, o internacional português acabou por atingir algo violentamente o internacional espanhol. Um lance que levou à fúria de Alex Ferguson, no momento e no fim do jogo. “Ele (Ferguson) está perturbado. Está sem condições de falar sobre o assunto”, disse o adjunto Mike Phelan no final do encontro.

Um lance que Mourinho também admitiu ter sido relevante para o desfecho do jogo (2-1 para o Real Madrid, marcaram Luka Modric e CR7). “A melhor equipa perdeu”, admitiu o técnico português. Terminou assim e precocemente, a última caminhada do Manchester United de Alex Ferguson na prova milionária.

Além do objetivo principal (Liga), as outras duas provas internas terminaram relativamente cedo para os red devils e ambas com o mesmo carrasco: o Chelsea. Primeiro na Taça da Liga inglesa, após ter eliminado o Newcastle United (2-1, em casa) na terceira ronda, o Man United foi eliminado na ronda seguinte (quarta) e em um grande jogo de futebol em Stanford Bridge (5-4), com nove golos e com direito a prolongamento. Um jogo que se repetiu três dias após ter ganho aos blues, no mesmo terreno para a Premier (3-2) e em que após o jogo, o técnico escocês culpou Nani pela derrota. “Controlámos o jogo, mas oferecemos a bola no terceiro golo do Chelsea. Foi uma pena. Ele apenas tinha de segurar a bola, mas o Nani quis sair a jogar”.

O mesmo viria a acontecer quatro meses mais tarde, outra vez em Stanford Bridge, mas nos quartos de final da Taça de Inglaterra desta vez. Após um percurso em que deixou pelo caminho West Ham (empate a dois golos em Londres e vitória por 1-0 em casa), Fulham (4-1, em casa) e Reading (2-1, em casa), nos últimos oito da prova, acabou por calhar os blues na rifa dos red devils outra vez. Com embate marcado em Old Trafford, um jogo bem dividido valeu um empate e ficou marcado um desempate, para a capital inglesa 22 dias depois. Um golo do avançado londrino Demba Ba (derrota por 0-1), ainda na primeira parte, colocou um ponto final na participação do United na prova (que seria ganha pelo Wigan frente ao Manchester City, por 1-0).

Tudo foi diferente em relação ao principal objetivo da época: Premier League. Apesar da qualidade dos adversários, desde cedo o Manchester United obteve uma série de resultados positivos (e decisivos) na Premier que o colocou no topo da tabela, nomeadamente o triunfo apertado em Southampton (3-2) e a vitória em Anfield (2-1) e o fez gerir a vantagem depois da primeira volta. Embora no princípio, uma derrota em Goodison Park, frente ao Everton (0-1) e uma surpresa desagradável em casa, feita pelos Spurs de AVB (2-3), tenham atrasado o trajeto desejado, a verdade é que entre outubro e o final de março, os homens de Ferguson só perderam um único jogo para a liga (Norwich, 0-1, em novembro). Durante este período, a equipa venceu por 20 vezes e empatou por apenas duas (Swasea e Totenham, ambos fora). Foram altamente decisivas as vitórias em Old Trafford frente ao Arsenal (2-1), Liverpool (2-1) e Newcastle (4-3) e memoráveis os triunfos fora, em St. James Park (0-3), Stanford Bridge (3-2), Villa Park (3-2), Madejski Stadium (4-3) e nomeadamente no Ethiad Stadium (3-2), frente ao rival City.

Um percurso consistente que levou a que ao final da jornada 31, o Manchester United tivesse 13 pontos de vantagem sobre os citizens, que ocupavam o segundo lugar e 20 pontos sobre o Chelsea, que era terceiro. Apesar de nos sete jogos que restou ter havido duas derrotas, contra os rivais diretos (1-2 contra o Man. City e 0-1 contra o Chelsea, ambas em casa) e três empates (West Ham, Arsenal e West Brom, todos fora), o título ficou selado na jornada 34. A 22 de abril de 2013, em pleno Old Trafford, a melhor equipa da Premier não fugiu ao seu destino e conquistou o seu 20º campeonato, ao selar um triunfo por 3-0 frente ao Aston Villa, com um hat-trick do melhor marcador da equipa e da liga: Robin Van Persie. Assim, o United reforçava o estatuto de clube mais vezes vencedor da liga inglesa, um recorde que dura até aos dias de hoje e que o Liverpool (19 e com 18 na época) ainda não conseguiu igualar.

No final da época 2012/13, o Manchester United fez 89 pontos (a mesma que o ano anterior), foi o melhor ataque da prova (86 golos), deixou o segundo classificado (Manchester City) a 11 pontos de distância e teve o melhor artilheiro: Robin Van Persie (26 golos, à frente de Luis Suárez com 23 e Gareth Bale com 21). Wayne Rooney foi o quarto melhor assistente (com dez assistências, par de Walcott), atrás de Juan Mata (12), Santi Cazorla (11) e Eden Hazard (11).

Um trajeto memorável que coroou a despedida de Alex Ferguson do banco red devil. No seu último jogo em Old Trafford (frente ao Swansea), Fergie despediu-se dos adeptos num bom discurso e em que deixou um aviso: “O vosso trabalho agora é apoiar o novo treinador”.

Ao fim de 27 anos como técnico do United e 39 como treinador, ficaram para a história mais de 40 troféus individuais (de treinador do mês e do ano, tanto interna como internacionalmente), 38 títulos conquistados com o emblema red devil (13 Campeonatos, cinco Taças de Inglaterra, quatro Taças da Liga inglesa, dez Supertaças, duas Champions League, uma Taça das Taças, uma Taça Intercontinental, uma Supertaça Europeia e um Mundial de clubes) e 48 em toda a carreira (um pelo St. Mirren e nove pelo Aberdeen). Só fica uma palavra: Lenda.