![Maldição acaba para um e mantém-se para outro (a crónica)](https://homepagept.web.sapo.io/assets/img/blank.png)
A maldição terminou para uns e persiste para outros. O Estrela da Amadora, após um ciclo de seis jogos sem vencer, conquistou os primeiros três pontos fora de casa na Liga, 16 meses depois do triunfo frente ao Casa Pia, a 8 de outubro de 2023.
Este feito não só marca um ponto de viragem, como também permite aos tricolores abrir uma vantagem de oito pontos sobre o Boavista, relegando provisoriamente o Aves SAD para a zona de ‘play-off’ de manutenção.
Por outro lado, o Boavista continua a enfrentar grandes dificuldades. Apesar de uma boa exibição na estreia de Lito Vidigal, as hipóteses de permanência na Liga tornam-se cada vez mais remotas. A longa seca de vitórias no Estádio do Bessa (a última foi a 9 de março de 2024, frente ao Moreirense) pesa psicologicamente, algo que o Estrela soube explorar. Num momento crucial, a segundos do intervalo, os tricolores desferiram o golpe decisivo.
O Boavista começou mais forte, surpreendendo o Estrela com uma abordagem tática em 3x4x3, com Seba integrado na linha defensiva. Contudo, a equipa de José Faria ajustou-se rapidamente e começou a criar oportunidades perigosas.
Kikas deu o primeiro aviso com um remate de longe, seguido por tentativas de Paulo Moreira e novamente de Kikas, que obrigaram o guarda-redes axadrezado a intervenções importantes.
A resposta do Boavista não tardou: Bozenik enviou uma bola à trave aos 32 minutos, após passe em profundidade de Abascal, e Vukotic rematou ao lado pouco depois.
Quando tudo indicava que o intervalo chegaria sem golos, Rodrigo Pinho marcou no último segundo de compensação. Após um livre bem executado por Rúben Lima, o avançado brasileiro, sem marcação, cabeceou para trás, surpreendendo César.
O golo foi um duro golpe para o Boavista, mas a equipa entrou com determinação na segunda parte. Bozenik viu Miguel Lopes negar-lhe o golo, enquanto Vukotic, Abascal e Van Ginkel criaram uma pressão constante na área do Estrela. Apesar do domínio axadrezado ao longo de toda a segunda parte, o Estrela optou por uma postura defensiva, focando-se em segurar a vantagem. O Boavista tentou de todas as formas chegar ao empate, mas encontrou pela frente uma defesa sólida e coesa que resistiu até ao apito final.
A reação dos treinadores
Lito Vidigal (Boavista)
Temos jogadores que estão cá há dois dias e só depois vamos encontrar o nosso modelo de jogo. Destacaria a mentalidade e atitude destes jogadores, tiveram uma postura extraordinária. Temos de tornar essa solidariedade e crença em vitórias. Para mim o resultado é sempre justo, vai ser difícil, mas vamos procurar ficar na Liga e vamos conseguir. Em termos anímicos, os jogadores estão fortes.
José Faria (E. Amadora)
Antes de entrar nas incidências táticas manifestar apoio ao momento menos positivo que o Boavista atravessa. Não quero fotos nas redes, nem festejos, um clube com a grandeza do Boavista aporta muito ao futebol. Tivemos capacidade de desmontar o Boavista, fizemos um golo e depois tivemos de sofrer. Esta vitória podia ter chegado mais cedo. O Rodrigo Pinho saiu por opção, tenho 11 jogadores e a felicidade de ter soluções no banco.
As notas dos jogadores do Boavista: César (6), Seba Pérez (5), Abascal (7), Sidoine Fogning (6), Pedro Gomes (5), Vukotic (6), Reisinho (5), Joel Silva (5), Gonçalo Almeida (4), Bozeník (6), Salvador Agra (6), Marco van Ginkel (5), Tiago Machado (3), Kurzawa (4), Steven Vitória (-)
As notas dos jogadores do Estrela da Amadora: João Costa (6), Ferro (6), Miguel Lopes (6), Rúben Lima (7), Diogo Travassos (7), Paulo Moreira (7), Amine (6), Nilton Varela (6), Fábio Ronaldo (5), Rodrigo Pinho (7), Kikas (7), Alan Ruiz (4), Chico Banza (7), Pantalon (6),Jovane Cabral (5)e Bucca (-)