Lito Vidigal regressou ao Boavista para aquilo que admite ser "uma missão". O novo treinador foi apresentado esta tarde, fazendo já também a antevisão do jogo com o E. Amadora, que abre esta sexta-feira a 22ª jornada da Liga Portugal Betclic.

- Dadas as circunstâncias, este é o maior desafio da sua carreira?

"Antes de mais, fazer a referência ao sr. presidente da SAD. É um homem abnegado, com uma postura dinâmica, tem tido uma atitude que não é normal numa situação destas. O mais normal era nós não estarmos aqui a falar sequer, não termos conseguido inscrever os jogadores. Vejo, pela coragem, pela atitude, que é um homem que consegue encontrar muitas pessoas que o ajudam, tem muitos amigos. Olhar para a doutora Adelina (vogal da SAD) também, que é peça importante neste momento. Conseguimos inscrever os jogadores, também pelo trabalho da doutora Adelina e esta equipa do presidente da SAD. Sobre este desafio, não sei se é o maior desafio da minha carreira, agora continuo a dizer que o Boavista é o maior clube que já treinei. O Boavista tem alma. E estas palavras do presidente também sinalizam a grandeza do Boavista. Os boavisteiros não desistem. E é essa mensagem que tem de ser passada para estes jogadores. Os que já cá estavam, que não podem nunca desistir e os que estão a chegar, que têm de começar aos poucos. Estou aqui há três dias, dois dias e meio, e já lhes vou passando essa mensagem do que é ser Boavista. O Boavista tem dinâmicas próprias que o transforma no clube grande que é. Passa por dificuldades, mas eu acho que estão encontradas as pessoas certas, na direção, para voltar a tornar o Boavista o grande que ele realmente é."

- Qual foi o principal desafio que encontrou nestes primeiros dias e com quantos jogadores conta para o jogo com o E. Amadora?

"Sou um homem também de desafios. Normalmente identifico os problemas e procuro logo soluções. Treinei com os jogadores que estavam à disposição, com o objetivo de poder ganhar amanhã. Esse é o objetivo principal. Temos de trabalhar para ganhar, independentemente daquilo que temos em mãos, do adversário e dos jogadores que temos disponíveis ou não. Termos de arranjar formas de vencer e esta é a mensagem que passo para os jogadores. É a minha mensagem de sempre, que temos de trabalhar sempre para vencer."

- Este novo desafio no Boavista é mais um mero trabalho, ou sente-o como uma missão?

"Acima de tudo, isto é uma missão. Até pelo momento, até pelo que foi acontecendo, pelo que o presidente já falou, isto acaba por se tornar uma missão. Não me importo de assumir essa missão, sei que é difícil, sei que vai ser muito difícil esta época, até pelos problemas que foram sendo ultrapassados. Vai ser duro, vai ser muito difícil, vai ser uma reta final de campeonato duríssima, mas acredito que vamos conseguir os nossos objetivos. Vamos sofrer, vamos saber sofrer juntos, vamos ter que de vez em quando sentir alguns dissabores, mas temos de ter inteligência, temos de ter solidariedade para dividirmos esses dissabores, para que no final possamos abraçar-nos todos e festejarmos aquilo que é o nosso objetivo,  que é estar na Liga."

- Qual foi o estado de espírito que encontrou nos jogadores?

"Já disse que estou aqui para encontrar soluções e o meu objetivo é identificar os problemas e encontrar soluções. As soluções foram encontradas e têm sido passadas pelos jogadores. Eles estão melhores. Isto é um dia de cada vez. No primeiro dia em que cheguei, é normal que estivessem um pouco apreensivos. No segundo dia já estavam um pouco melhores, ontem estavam melhores e hoje vou avaliar."

- Dos nove jogadores que chegaram com quantos é que conta para este jogo?

"Espero que estejam todos disponíveis para poder participar. Os jogadores que estiverem disponíveis, se tiver de os utilizar em determinado momento, vou utilizá-los. É quase impossível estarem na melhor forma, mas certamente que se não conseguirem fazer 90 minutos, farão 80 e alguns até farão um pouco mais."

- Conta ainda com mais reforços?

"Não sei se temos possibilidades de inscrever mais jogadores ou não. Não sei. Poderia estar aqui a falar sobre outros aspetos. A nossa grande vontade e o objetivo principal é ficar na Liga. Tenho a certeza que o presidente vai envidar esforços para poder conseguir essas contratações, esses jogadores que possam acrescentar e trazer qualidade e sustentabilidade a esta equipa. Temos de estar bem focados no nosso objetivo, que é ficar na Liga."

- Que reação espera dos adeptos a este novo paradigma no Bessa?

"Os adeptos do Boavista sabem quando podem exigir ou não. Eles são sempre exigentes, mas o que eu senti nos últimos jogos, mesmo desta época, é que os adeptos têm uma maturidade futebolística muito grande, eles sabem quando exigir, sabem quando apoiar, sabem quando têm de estar presentes. O Boavista continua vivo, continua a competir, porque tem uma massa adepta presente. Por isso é que o Boavista vai ser sempre o Boavista, por causa dos seus adeptos e é isso que nós queremos deles, que abracem esta causa, abracem o trabalho que o seu presidente fez até aqui e abracem estes jogadores, porque com maior ou menor dificuldade, estes jogadores vão aprender que estar no Boavista é dar sempre o máximo."