A 31.ª jornada da Liga Portugal Betclic reservou-nos um encontro especial no Estádio D. Afonso Henriques. Luís Freire - agora ao comando do Vitória SC - reencontrou a sua antiga equipa - Rio Ave - e fez questão de mostrar aos vilacondenses que a história entre os dois... faz parte do passado. Os conquistadores atropelaram a formação de Vila do Conde por 3-0.

Petit bem tentou «picar» o técnico de 39 anos na conferência de antevisão da partida, assumindo que o objetivo dos rioavistas seria melhorar a prestação feita em 2023/24... precisamente com Freire. Pois bem, assim será certamente difícil.

A turma de Guimarães tinha outras preocupações em mente - quinto lugar e consequente acesso à Europa - e, portanto, meteu o pé no acelerador desde o primeiro minuto.

Um banho de bola numa tarde de sol

Luís Freire fez duas alterações face ao encontro anterior com o SL Benfica: Borevkovic entrou para o lugar de Mikel Villanueva e Jesús Ramirez entrou para o lugar de Nélson Oliveira. Tiago Silva, Tomás Handel e João Mendes mantiveram-se no meio-campo e assumiram a sala de máquinas.

João Mendes na perseguição a André Luiz @Kapta+

Os três jogam - e fazem jogar - de olhos fechados. O D. Afonso Henriques é o quintal deles, dado o à vontade e intimidade que o trio demonstra para com a relva vitoriana. Já lhe conhecem os caminhos e as manhas. Pena dos jogadores do Rio Ave, que sofreram às suas mãos.

A primeira metade do encontro foi um verdadeiro banho de bola. Mais posse, mais remates, mais cantos, mais dribles, mais tudo. E os golos? Cada um melhor que o outro.

É certo que o primeiro golo da tarde nasce de uma infelicidade de Bakoulas que, depois de um cruzamento rasteiro de João Mendes (lateral), tentou cortar o lance e acabou por fazer um «chapéu» a Miszta. E depois? Abriu-se o livro.

Faça-se a vontade de João Mendes

João Mendes (médio) recebeu o esférico entre os setores adversários - como tantas vezes aconteceu na primeira metade -, ainda a uns metros da grande área do Rio Ave, e olhou para a baliza defendida pelo polaco.

«Arrogante» e cheio de confiança, deve ter pensado: «Vai já daqui». Dito e feito. Aconchegou a redondinha para a perna direita e disparou forte ao ângulo superior esquerdo da baliza de Miszta, levando os milhares presentes no castelo ao delírio. Que momento.

O Rio Ave bem tentou sair e sacudir a pressão do Vitória através de contra-ataques, mas o caso estava muito mal parado. Perante a inoperância dos seus jogadores, Petit mudou uma peça logo aos 35 minutos. João Tomé saiu para dar lugar a João Pedro - passando Vrousai para a direita.

Equipa a festejar um golo @Kapta+

Nove minutos. Foi o tempo que durou este novo ímpeto vilacondense. João Mendes, bem ao seu estilo, fletiu da esquerda para dentro e de forma irrepreensível encontrou Telmo Arcanjo a fazer o contra-movimento. O ex-Tondela recebeu o passe açucarado e, na cara de Miszta, fez o terceiro do encontro.

Saber gerir

O regresso dos balneários trouxe um jogo mais equilibrado. Com leve ascendente do Vitória - e algum relaxe dos conquistadores, é certo -, mas mais equilibrado. Tanto é que Bruno Varela viu-se obrigado a um par de intervenções de alto nível.

Clayton disparou forte aos 60', mas foi aos 61' que o capitão vimaranense se destacou. Tiknaz apareceu solto de marcação ao segundo poste e, de cabeça, só não fez o golo de honra da sua equipa porque Varela defendeu o esférico por instinto.

Até ao final do encontro o Rio Ave conseguiu ter mais bola - iniciativa consentida pelos homens da casa -, mas a verdade é que não mais ameaçou o guardião cabo-verdiano. O Vitória ainda teve meia dúzia de aproximações à baliza de Miszta, mas sem conseguir ferir a baliza do polaco.

Luís Freire a dar indicações aos seus pupilos @Kapta+

Com este resultado os vimaranenses voltam a ocupar o quinto lugar da Liga Portugal Betclic e ficam mais próximos de regressarem à Europa em 2025/26. O Rio Ave, por sua vez, mantém os 33 pontos no campeonato e tem mais três jornadas para superar a marca dos 37 pontos, objetivo delineado por Petit.