
O processo de eleições na Associação de Futebol de Coimbra (AF Coimbra) continua envolto em grande polémica. Depois do Tribunal Arbitral do Desporto ter mandado repetir as eleições que foram realizadas em 2023, nas quais a lista de Jorge Catarino tinha sido impedida de participar, agora o candidato da lista B não está satisfeito pelo facto do adversário na altura, Horácio Antunes, manter o lugar de diretor da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), cargo que ocupa desde fevereiro deste ano, mesmo encabeçando a lista Ae
Perante este cenário, Jorge Catarino enviou ao presidente da FPF um email, a que Record teve acesso, com uma lista de questões e acusações. "Se [Horácio Antunes] ganhar, assume a presidência da AF Coimbra ou renega e volta para a FPF? Se perder, tem o lugar garantido? Como podemos considerar este comportamento? Promiscuidade, bandalheira?", pergunta Jorge Catarino, indo ainda mais longe e pedindo à FPF que tome posição. "Horácio Antunes está em representação da FPF? O senhor presidente está a apoiá-lo, como este afirma? Quem tem pago as ajudas de custo para o trabalho de campo em Coimbra?". Estas são algumas das questões levantadas pelo agora candidato da lista A, às eleições marcadas para 26 de maio.
Importa sublinhar que a repetição do ato eleitoral decorre da decisão do Tribunal Central Administrativo do Sul, dando razão às pretensões da lista de Jorge Catarino, que, na altura, foi impedido de ir a votos. Assim, e de acordo com a decisão, um novo ato eleitoral foi agendado, no qual as listas devem ser compostas pelas mesmas pessoas que concorriam em 2023. causando, agora, todo este imbróglio.
Horácio Antunes não tomará posse
Record contactou os dois visados para tentar esclarecer este diferendo. Jorge Catarino voltou a mostrar-se indignado, afirmando, também, que não teve, até agora, resposta por parte de Pedro Proença. "Ainda não me respondeu. Candidatei-me à AF Coimbra por não gostar de ver uma entidade que já foi idónea e que cada vez mais cheira a mofo. O professor Horácio ser cabeça de uma lista, para depois a entregar a um número 2, é uma desonestidade eleitoral. O que ele devia fazer era dizer, desde já, que não tomará posse", afirmou Catarino, visando, depois, Pedro Proença. "O presidente da FPF, ao permitir este comportamento, é conivente. Eu estou a dar a cara pela minha lista, para o bem e para o mal. Já a outra lista, é uma lista mentirosa e fantasma", argumentou.
Contactado por Record, Horácio Antunes adiantou: "Pela deliberação do tribunal a eleição terá de ser realizada com as listas apresentadas em dezembro de 2023. Ao tomar posse como diretor da FPF comuniquei ao presidente da assembleia geral que abdicava da direção da AF Coimbra."