
"Está tudo gravado, tens a mania que és o maior", terá dito João Pereira ao quarto árbitro Fábio Veríssimo no Casa Pia-Rio Ave da 27.ª jornada, a 29 de março, segundo o relatório do árbitro. Ou melhor, da árbitra, que deu ordem de expulsão ao técnico dos gansos. Em dia histórico, marcado pela estreia de Catarina Campos na 1.ª Liga, tornado-se a primeira mulher a dirigir um jogo do principal escalão do futebol nacional, o treinador de 33 anos protestou - "Isto não é penálti nenhum", atirou, aos 87' -, acabando expulso, por indicação do quarto árbitro, a quem disse que tinha tudo gravado, apontando para o relógio de pulso.
Desafiado a esclarecer o incidente e revelar se é seu hábito gravar as conversas em dia de jogo, João Pereira explicou, no decorrer da conferência de imprensa de antevisão ao Casa Pia-FC Porto que se joga às 20h30 de sábado. "Desde a 3ª Divisão, em que fui expulso, com justiça ou não, é discutível, mas em que constaram no relatório coisas que eu não disse. A partir desse momento."
E prosseguiu: "Não só por isso, mas também porque gosto de analisar aquilo que transmito aos jogadores no dia do jogo. Não só monitorizo o que digo aos jogadores, mas também alguns parâmetros ao nível da frequência cardíaca, para perceber os altos e baixos, a ver se não tenho um ataque cardíaco, mas o grande objetivo passa por gravar seja o que for, nunca sabemos quando é que a informação pode ser necessária e esse comentário foi mais nesse sentido. Não melindrando ninguém, fazendo aquilo que é justo e é possível, aquilo que eu estou a fazer é gravar-me a mim próprio, para perceber o que estou a dizer, de que forma estou a comunicar com a minha equipa." "Quem estiver à volta, será gravado também", rematou.