Numa iniciativa da Betano, Helton marcou presença este sábado na exposição das taças da Liga Europa e da Liga Conferência, que estão no Alameda Shopping, no Porto, bem perto do Estádio do Dragão. O guardião, antigo internacional brasileiro e referência do FC Porto, ganhou a Liga Europa em 2011. Os azuis e brancos orientados por André Villas-Boas ganharam ao SC Braga por 1-0, em Dublin, a 18 de maio desse ano, com a singularidade de Helton ter nesse dia celebrado o seu aniversário. Hoje, com 46 anos, recordou a A BOLA este e outros momentos marcantes da sua carreira.
— Até que ponto é bom para o Helton estas iniciativas em que recorda o momento de glória da sua carreira. Que significado tem?
— Em primeiro lugar, acho que é de suma importância nós sublinharmos esse empenho e como a Betano conseguiu trazer estes troféus, porque é uma oportunidade única dos adeptos que vivenciaram aquele momento, de alguma forma o relembrar. É também importante para aqueles que não tiveram a oportunidade de vivenciar esse momento hoje terem conhecido a história.
— O que recorda dessa Liga Europa conquistada pelo FC Porto?
— Recordo que foi um momento foi muito especial, não só pela nossa caminhada, mas por termos duas equipas portuguesas numa final, um caso único até o momento; depois, no dia da final, era dia dos meus anos, então não tem como eu não lembrar, e sendo o capitão da equipa, ainda foi mais gostoso comemorar.
— Tem saudades desse FC Porto vitorioso?
— É assim, acho que tudo tem o seu tempo, tudo tem a sua altura, a sua época, e eu vivi bastante, vivi bem, graças a Deus, tive bons momentos no clube, só no FC Porto foram 18 títulos, então isso para mim é o que fica, e é óbvio que acabamos por torcer e desejar que seja mais um momento de glória, o quanto antes.
— Afastou-se do futebol, mas nunca do seu clube FC Porto. Como olha para fase mais atribulada, mais controversa do ponto de vista dos títulos e menos vitoriosa?
— Na verdade, do futebol em si, acabo por não me ter afastado. Tanto no Vasco da Gama, no Leiria, onde também tive a oportunidade de mostrar o meu trabalho para Portugal e depois, obviamente, no FC Porto, onde eu ganhei mais títulos, foi sempre muito bom e acabei por gostar, sentir isso na pele e trazer comigo esses anos todos no futebol. Particularmente, não me desliguei, uma vez que tenho uma escola de guarda-redes, então não tem como eu me desligar do futebol. Ao mesmo tempo, vou fazendo algumas participações no Porto Canal, também me dá a oportunidade de vivenciar outros momentos. É óbvio que, não fugindo a pergunta, queremos o quanto antes o FC Porto volte às suas glórias, mas isso também é uma questão de futebol, nós já sabemos que há momentos em que temos de ter os pés bem assentes no chão, preparar bem o terreno para podermos conseguir os nossos objetivos num futuro bem próximo.
— É também importante perceber que, às vezes, o tempo é mais longo do que aquele que os adeptos desejam para que as vitórias voltem a aparecer?
— Isso faz parte do futebol, e não se trata somente do tempo de mudança, mas também é como se fosse um tempo de jogo, um tempo de 90 minutos, onde você tem no placar inicial 0-0, onde você busca o seu resultado, você busca o seu golo, para conseguir levar os três pontos para a sua casa, e isso é normal, é aquela ansiedade, é o friozinho na barriga, é a necessidade de fazer algo diferenciado para que conseguir obter o resultado, e eu acho que o momento é mesmo disso, de paciência, ter os pés bem assentos e não deixar de acreditar.
— O que retirou do clássico entre o FC Porto e Sporting, sempre emocionante, de bom para os azuis e brancos?
— Emocionante sempre vai ser. Quem vive o futebol, quem tem noção um pouquinho do futebol e mesmo para aqueles que não tiveram, a oportunidade de estar num meio como eu estive dentro do relvado, dentro das quatro linhas, saber a emoção que é lá dentro, a ansiedade que antecede, sentir o apoio como foi ontem, do 12.º jogador que são os adeptos. Acho que não há como passar ao lado e acho que a resposta foi dada no final do jogo, com todos os adeptos de pé aplaudindo os atletas que lá estiveram e que deram o seu melhor.
— Para terminar, uma mensagem para aqueles que foram aí e continuam a recordar essas conquistas e a querer dar valor a essas conquistas e para aqueles que sofrem pelo teu FC Porto?
— Que continuem a acreditar e que continuem também torcendo, apoiando para que outras taças como estas possam ir para o nosso museu.