O novato argentino Franco Colapinto, que foi uma das figuras mais quentes no mercado da F1 após uma estreia explosiva a meio da temporada, abriu-se sobre o momento que sente que lhe custou a oportunidade de garantir um lugar a longo prazo. Após atuações deslumbrantes e um crescente interesse da Red Bull e da Alpine, uma série de erros de novato—particularmente durante o Grande Prémio de Las Vegas—acaba por esfriar o entusiasmo em torno da sua ascensão meteórica.
Vegas: O Acidente Ouvido em Todo o Paddock
Colapinto, que entrou na Williams a meio da temporada para substituir o subdesempenhador Logan Sargeant, impressionou inicialmente com a sua velocidade e adaptabilidade. No entanto, o período de lua de mel foi curto. O seu “maior erro”, auto-proclamado, aconteceu durante a qualificação de Las Vegas, onde uma tentativa agressiva resultou num acidente espetacular que deixou o seu carro em pedaços e lançou dúvidas sobre a sua preparação para as intensas exigências da F1.
Refletindo sobre o incidente, Colapinto partilhou no canal do YouTube da Williams:
“Vegas foi uma coisa muito maior [do que o Brasil]. Eu estava a dar tudo, tentando colocar o carro, mas ainda assim parece um erro muito maior. É o que eu mudaria se pudesse.”
Pressão de Novato e o Erro no Brasil
O desastre de Las Vegas surgiu logo após outro erro de alto perfil no Brasil, onde uma má comunicação sobre a estratégia de pneus deixou Colapinto com pneus intermédios em condições a piorar. Apesar de implorar por pneus de chuva, a Williams manteve-o na pista, levando a um grande acidente que agravou as dificuldades da equipa após Alex Albon também ter batido.
“O Brasil foi a minha primeira vez com pneus de chuva, por isso vejo isso como menos um desastre na minha cabeça,” explicou Colapinto, reconhecendo a acentuada curva de aprendizagem que enfrentou como novato a meio da temporada.
Red Bull e Alpine: Oportunidades Perdidas
As primeiras performances de Colapinto tinham causado impacto, com a Red Bull e a Alpine supostamente a olharem para ele para futuros papéis. No entanto, o acidente em Vegas e o erro no Brasil levantaram dúvidas sobre a sua capacidade de lidar com situações de alta pressão. O interesse da Red Bull arrefeceu, deixando Colapinto sem um caminho claro para a grelha em 2025.
Apoio de Albon: “Ele é um Condutor Fantástico”
Apesar dos contratempos, Colapinto encontrou um forte apoiador em Alex Albon, que elogiou a velocidade natural e o potencial do novato:
“Ele é muito talentoso. Subestimei quão rápido ele ia ser, e acredito que o veremos na Fórmula 1 em algum momento no futuro.”
Albon também observou que as dificuldades de Colapinto no final da temporada não eram inteiramente culpa dele, citando os desafios de um carro com baixo desempenho:
“Tornou-se complicado no final da temporada—para ambos. Não culpo apenas a mim mesmo pelos meus resultados, e não acho que a equipe o culpe também.”
O que vem a seguir para Colapinto?
Com a Williams a assinar com Carlos Sainz para fazer par com Albon em 2025, Colapinto encontra-se sem lugar para a próxima temporada. O seu nome continua associado à Alpine, com rumores sobre o contrato incerto de Jack Doohan a oferecer uma luz de esperança. Para além disso, a chegada da Cadillac em 2026 pode proporcionar uma oportunidade para o argentino voltar à grelha.
No entanto, espera-se que a Cadillac priorize pilotos experientes na sua temporada de estreia, tornando o caminho de Colapinto de volta à F1 tudo menos garantido.
De Novato a Redenção?
Embora a passagem de Colapinto em 2024 possa não ter terminado como esperado, o seu talento bruto e velocidade inegável deixaram a sua marca. As lições aprendidas no Brasil e em Vegas podem ser-lhe úteis enquanto ele mira um regresso ao desporto. Com paciência e a oportunidade certa, a jornada de Colapinto na F1 ainda pode estar nos seus primeiros capítulos. Por agora, fãs e equipas estarão a observar atentamente para ver como ele se recupera.