Francisco Neto mostrou-se orgulhoso pelo resultado (1-1) que Portugal alcançou frente às campeãs europeias Inglaterra no arranque do Grupo A3 da Liga das Nações feminina.

"Acho que o resultado é justo, não sinto que saiba a vitória. Fico orgulhoso das nossas jogadoras, como fico quando vencemos e jogamos bem. É daqueles jogos em que, enquanto treinadores, nos sentimos realizados porque estamos jogar contra as melhores do mundo e conseguimos fazer uma segunda parte muito competente", começou por dizer o selecionador nacional, em declarações na conferência de imprensa no final da partida, comentando de seguida os desenhos táticos que Portugal tinha preparado para este encontro: "Preparámos as duas situações, em '3-5-2' e '4-4-2'. Temos de perceber o que o '3-5-2' nos pode dar. Mas é uma decisão fácil para nós, porque estamos habituados a jogar em '4-4-2', elas sentem-se confortáveis, são muito inteligentes. A vitória é delas, porque têm capacidade de, rapidamente, se reajustarem aos nossos pedidos."

A entrada de Kika Nazareth, autora do golo de Portugal
"A Inglaterra estava em dificuldades antes da entrada da Kika [Nazareth]. Na segunda parte, quando alterámos o sistema, fomos melhores, começámos a dominar. Quando a Kika, a Andreia Jacinto e outras jogadoras entram, podem sempre ajudar. É isso que queremos, que quem entra pode melhorar a equipa, e foi isso que aconteceu hoje."

A pressão das adversárias
"Sabíamos que a Inglaterra ia 'apertar' muito alto. Tínhamos de ter algum sacrifício. Mas estes jogos têm de ser jogados em 90 minutos. Essa é a primeira aprendizagem que levámos da primeira participação na Liga A. Era-nos difícil jogar os jogos em 90 minutos, o que requer algumas estratégias. Precisamos de mais jogadoras disponíveis, porque é muito difícil recuperar entre jogos desta dimensão e exigência. A estratégia inicial era tentar ter mais bola e espaço por fora. Acho que ficámos um pouco intranquilos, houve muitos momentos em que tivemos falhas técnicas sem pressão."

As dificuldades sentidas
"Tivemos um ano completo a jogar de forma dominadora. Há muito tempo que não passávamos por este registo, e veio outra vez ao de cima aquelas sensações de não conseguirmos jogar sob pressão, ficarmos ansiosas. É algo que demora o seu tempo, por muito que a gente treine, dar estes estímulos às jogadoras em espaço de seleção. Conseguimos equilibrar o jogo, ganhar mais duelos e isso permitiu-nos chegar mais alto. Houve alguns ajustes. Se tivéssemos sofrido o segundo golo na primeira parte, as coisas poderiam ter sido diferentes, felizmente não aconteceu."

A vontade de continuar a pontuar na Liga das Nações
"De nada vale este empate se não continuarmos a fazer pontos. Na primeira participação ganhámos à Noruega, e depois não pontuámos mais e acabámos por cair [de divisão]. Este grupo é equilibrado, toda a gente pode tirar pontos a toda a gente. Vai ser até ao limite", terminou.