As fragilidades do sistema VAR nas ligas profissionais portuguesas, denunciadas pelo FC Porto através da sua conta no X após o AVS SAD-Sporting deste domingo, têm sido um cavalo de batalha da SAD liderada por André Villas-Boas. Record sabe que os dragões entendem que a tecnologia está obrigada a apresentar maior fiabilidade e, mais importante, a obedecer aos mesmos padrões em todos os campos e jogos, tanto ao nível do tipo de câmaras utilizadas, das respetivas localizações e seguindo os mesmos critérios. Ainda segundo apurou o nosso jornal, o FC Porto tem insistido junto da Liga Portugal assim como do Conselho de Arbitragem para que o tema das condições do VAR seja debatido em sede própria, com maior insistência desde há dois meses, entendendo não ser percetível o padrão para vários estádios nem a cadeia de decisões adjacente a todo o processo.

Já em setembro, como de resto vincou na recente newsletter Dragões Diário na qual criticou a entrevista de Frederico Varandas desta sexta-feira, o FC Porto tinha alertado para "a existência de falhas tecnológicas que condicionam a utilização do VAR" no estádio do Penafiel, na sequência do jogo da sua equipa B com os durienses. "Após diversas reuniões nos últimos meses com as instâncias que supervisionam as competições e a arbitragem, o clube percebeu tratar-se de uma situação recorrente e que se verifica em vários campos do país, inclusive da Primeira Liga, mas continua sem ter um cabal esclarecimento por parte das entidades competentes de quais os estádios em que isso acontece de forma regular", registaram os dragões, ainda no início deste mês, após o jogo com o Rio Ave, para a Liga Betclic, na qual evidenciaram os lances nos quais se sentiram prejudicados por decisões de arbitragem.

Sobre a citada partida entre o Penafiel e o FC Porto B, a SAD chegou a reunir-se com o Conselho de Arbitragem, denunciando que as imagens disponíveis não permitiam traçar corretamente as linhas de fora de jogo para avaliação do sistema VAR, preocupação que se insere no quadro geral, vincado nas recentes críticas a Frederico Varandas, de que "a tecnologia VAR não opera a 100% das suas capacidades em Portugal" e que "o árbitro VAR é obrigado a avaliar lances com uma qualidade de imagem exponencialmente inferior à que os adeptos recebem nas televisões de suas casas". Uma das particularidades prende-se com o facto de, em Portugal, serem utilizadas câmaras com uma cadência de frames mais baixa em comparação, por exemplo, com as da Premier League (de 50 frames por segundo), o que dificulta de sobremaneira a fiabilidade da análise de situações de fora-de-jogo.

No que diz respeito ao jogo do Sporting com o AVS SAD, este domingo, o nosso jornal sabe que o FC Porto ficou surpreendido com o facto da partida ter tido câmaras extra para avaliação VAR, dada a inexistência de qualquer informação sobre os estádios que possuem câmaras extra colocadas pelo Conselho de Arbitragem. De resto, segundo informações recolhidas por Record, a mesma medida não será aplicada na receção dos dragões ao V. Guimarães, esta segunda-feira, no Estádio do Dragão.