Declarações de Martín Anselmi na sala de imprensa do Dragão, no rescaldo do empate entre FC Porto e Sporting, clássico relativo à 21.ª jornada do campeonato.
Demasiado respeito pelo Sporting?
«Não creio que a palavra seja respeito. O que mudou de uma parte para a outra foi o sistema para defender. No primeiro tempo saltávamos com Pepê e Samu aos centrais, recorrendo a um médio na ala quando a bola chegava ao lateral. O Eustáquio saía com o lateral esquerdo deles, o Alan ia ao médio centro deles. Tivemos uma situação na primeira parte dentro da área em que podíamos ter feito o 1-0. Quando chegávamos a tempo emparelhávamos bem. Na segunda parte foi quase mano a mano, laterais com laterais. Estivemos por cima na segunda parte. Quando tínhamos a bola, o Sporting esperava o erro ou um passe entre linhas para sair a jogar. São sistemas táticos, o encaixe que na segunda parte foi de mano a mano.»
Satisfeito com a evolução da equipa em apenas três jogos?
«Tivemos três ou quatro sessões de recuperação, mas o mais importante era ver a essência e a marca da equipa em campo. Competir até ao árbitro terminar o encontro. As nossas ideias vão melhorando na construção, mas este é um trabalho lento, ver a equipa jogar a 100% como queremos implica trabalho e trabalho. Importante é sermos melhores cada dia. Amanhã temos de melhorar, depois também e ter claridade para perceber o que há que melhorar. Melhorámos algumas coisas em relação ao primeiro jogo. Corrigimos a distância entre as equipas, construímos a construção, o posicionamento permitiu fluir melhor. Detalhes que não se vê tudo à primeira vista, mas que são importantes. Queremos ganhar, é para isso que competimos, mas estou contente com a competitividade dos jogadores. Lutaram até ao fim. Nesse aspeto, estou contente, sim.»
Estratégia diferente na segunda parte
«Na primeira parte tentámos jogar com dois avançados contra dois centrais. Tentando explorar o espaço. Na segunda parte, o Pepê jogou mais interior, permitindo ao Moura jogar mais alto. A segunda parte o Pepê esteve muito bem, a encontrar espaço entre linhas. Depois, com a primeira alteração, com o Gonçalo Borges, mudámos o perfil, mas não variámos o sistema. Começou à esquerda, depois à direita, entrou a seguir o William... Construímos com Djaló e Zé Pedro atrás, Eustáquio e Fábio Vieira a extremos... Muita gente por dentro, muita gente por fora e mudámos a forma de jogar. Queríamos que isso nos fosse dar mais vantagem.»
Aspirações no campeonato e futurologia
«A essência da equipa ficou demonstrada no campo. Isto é até ao final. Enquanto o FC Porto tiver possibilidade de lutar pelo título, vamos até ao fim. Seguimos sem essa futurologia.»
Rodrigo Mora pode ser o substituto de Nico González?
«Nico e Rodrigo são distintos. Nico é mais box-to-box, o Rodrigo joga entrelinhas e é de último passe. Parece-me atrevido, um miúdo atrevido, não tem a responsabilidade de ganhar os jogos, porque é um miúdo. Só tem a responsabilidade de defender quando não temos a bola e isso fez na perfeição.»
Emoção na estreia no Dragão
«Sim... Quero viver isto mais vezes. No final, o que vivemos... fiquei encantado com o contacto com as pessoas, o alento que transmitiam... Quero viver muitas noites mágicas no Dragão.»