Cristiano Ronaldo não irá disputar a primeira mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões da Ásia porque o jogo será disputado no Irão, um país onde enfrenta o risco de ser sentenciado com quase 100 chicotadas por uma situação que ocorreu há dois anos. Afinal, a história não é verdadeira. Vamos por partes.

Em setembro de 2023, Cristiano Ronaldo deslocou-se a Teerão, capital do Irão, para enfrentar o Persepolis, também para a principal competição asiática.

Mas é um episódio extra-futebol, ocorrido na época, que está no cerne da polémica.

A presença de CR7 na capital do antigo império persa gerou, como habitualmente, a curiosidade de milhares de fãs, que se deslocaram ao hotel onde a equipa do Al Nassr estava instalada.

Entre os admiradores do atleta portuguesa estava Fatemeh Hammami Nasrabadi, uma artista iraniana com deficiência.

O português foi filmado a abraçar e a dar um beijo na testa da jovem, uma atitude que, de acordo com a Lei iraniana, é vista como adultério, considerado crime no país, já que o beijo não foi dirigido ao cônjuge.

O gesto de afeto pode valer ao craque luso até 99 chicotadas como forma de punição.

O jornal Marca escreve que o Al Nassr tentou que a partida desta segunda-feira fosse realizada em campo neutro, mas a equipa iraniana não aceitou o pedido dos sauditas.

Por essa razão, a equipa treinada pelo italiano Stefano Pioli decidiu não incluir o capitão de equipa na comitiva que partiu rumo a Teerão.

A partida frente ao Esteghlal está agendada para as 16:00 desta segunda-feira (hora em Portugal continental).

Mas, afinal, a notícia que vários órgãos de comunicação, entre os quais a SIC, já havia sido desmentida pela embaixada do Irão.

O fact-checking Prova dos Factos, do jornal Público, lembra que a embaixada do Irão em Espanha tinha desmentido a teoria na sequência do gesto de Ronaldo.

No X, negou "veemente" qualquer decisão judicial contra qualquer atleta internacional no Irão. Na mesma publicação, destacou que Cristiano Ronaldo jogou no Irão em setembro e foi "calorosamente recebido" tanto pelo povo como pelas autoridades.

[Notícia atualizada dia 4/3 às 19:54]