
Foi certamente o momento mais infame da carreira de Pepe e aquele que ficou sempre como uma mancha no currículo de um jogador que marcou gerações nos clubes por onde passou e na Seleção Nacional. A 21 de abril de 2009, ao minuto 87 de um escaldante Real Madrid-Getafe, o defesa-central derrubou Javier Casquero dentro da área e, quando este já se encontrava no chão, pontapeou-o repetidamente nas pernas e nas costas. Pepe receberia imediatamente ordem de expulsão e seria suspenso por dez jogos.
Passados 16 anos deste lamentável incidente, a vítima das agressões falou sobre ainda hoje ser lembrado por este lance.
"Em qualquer sítio que pesquises o meu nome aparece essa jogada. Pensei: porquê a mim? Em 20 anos como profissional podem acontecer-te coisas boas e coisas más e essa vivi de forma direta, apesar de não ter feito absolutamente nada... Só passei por ali e apanhei por todos os lados", contou Casquero, em entrevista à 'Marca', que, tal como Pepe, também já se retirou do futebol.
Para o ex-jogador de 49 anos, acima de tudo, este foi um "momento de vergonha" e afirma que na época houve tentativas de desvalorizar o momento.
"Houve muito ruído exterior porque ele era um jogador importante do Real Madrid. Houve situações em que tentaram lavar-lhe a imagem, mas eu sempre muito reto nisto e se quisessem de falar de mim, que fosse pelos meus méritos. Defrontei-o muitas vezes e acho que este foi um momento de vergonha", recorda.
Javier Casquero contou ainda que vários meios de comunicação social tentaram promover um reencontro entre os dois, mas que este rejeitou todos os convites: "Ofereceram-me muitas vezes um reencontro, mas sempre rejeitei... Não quero promover isso. Se alguém quiser falar do momento comigo, não há problema, mas nunca o farei para o exterior. Não é para mim e não tenho rancor a nada nem a ninguém."