Falar da história recente do SC Braga sem fazer referência ao nome de Ricardo Horta é uma tarefa impossível. Chegado ao clube em 2016, o internacional português, de 30 anos, não demorou a conquistar o seu espaço no conjunto arsenalista e, agora, prepara-se para alcançar uma marca digna de registo.
Caso seja utilizado por Carlos Carvalhal frente à Lazio- a expectativa é que seja mesmo titular-, o camisola 21 igualará José Maria Azevedo no topo da lista de jogadores com mais jogos pelo conjunto arsenalista.
Neste momento, Horta contabiliza 408 partidas disputadas pelo clube; por seu lado, José Maria Azevedo, que só representou os minhotos ao longo da sua carreira (1955 a 1971), marcou presença em 409 encontros.
Perante este cenário, o zerozero embarcou numa viagem ao passado para recordar o trajeto do jogador no clube
Golos, braçadeira e títulos
Com passagens por Corroios, Benfica e Vitória FC na formação, Ricardo Horta estreou-se como sénior precisamente ao serviço dos sadinos. Depois de se destacar e de rumar ao Málaga, voltou a Portugal pelas portas do SC Braga em 2016, então emprestado pelos andaluzes.
Figura de relevo praticamente desde o primeiro momento em que pisou a Pedreira, Ricardo Horta tem números dignos de registo. O facto de estar prestes a chegar à incrível marca dos 409 jogos a meia da sua 9ª temporada ao serviço do clube é demonstrativo da regularidade que tem apresentado.
Desde logo, o internacional português (quatro golos em 12 internacionalizações) foi titular em 353 dos 408 jogos que leva no clube; ou seja, começou de início em 86,52 por cento das partidas que contabiliza.
Se o recorde de jogos está ali ao virar da esquina, o recorde de golos, esse, já foi batido há algum tempo. A 15 de maio de 2022, Ricardo Horta marcou ao Famalicão e ultrapassou Mário Laranjo (92 golos) na lista de melhores marcadores dos arsenalistas. Nesta altura, o camisola 21 tem já 132 tentos pelo SC Braga.
Neste capítulo é imperativo destacarmos as temporadas 2019/20 e 2021/22, em que marcou 24 e 23 golos, respetivmente.
E mesmo que, a nível de títulos, Ricardo Horta não esteja no patamar a que o seu talento corresponde, a verdade é que o jogador já festejou por três ocasiões enquanto Guerreiro do Minho. A primeira conquista foi a Taça da Liga, em 2019/20, à qual se seguiu o triunfo na Taça de Portugal em 2020/21.
Já depois da quase saída para o Benfica em 2022- Horta despediu-se dos adeptos na reta final do mercado de verão, mas acabou por ficar-. levantou, na condição de capitão de equipa, a Taça da Liga em 2023/24.
Agora, só falta mesmo a cereja no topo do bolo: a conquista do campeonato... Conseguirá Ricardo Horta chegar lá ao serviço do SC Braga?
Uma transferência muito badalada
Sendo certo que, do ponto de vista desportiva, a estadia de Ricardo Horta no SC Braga tem sido pautada por um sucesso inegável, a verdade é que, fora de campo, o jogador e clube viveram um período conturbado.
Aquando da transferência em definitivo de Ricardo Horta do Málaga para o SC Braga, andaluzes e minhotos estabeleceram um acordo. Se o conjunto português recebesse uma proposta superior a cinco milhões de euros pelo passe do atacante, teria duas hipóteses: aceitar a proposta ou pagar 6,7 milhões de euros ao Málaga para ficar com a totalidade do passe do seu capitão.
Ora, perante o facto de o SC Braga ter recusado uma oferta de 17 milhões de euros do Benfica no verão de 2022, o Málaga avançou com uma queixa junto da FIFA, que deu razão aos espanhóis.
Assim sendo, os arsenalistas foram condenados, numa primeira instância a pagar mais de 12 milhões de euros à formação espanhola. No entanto, esse valor foi negociado e, tal como foi revelado há pouco mais de um mês, o SC Braga irá pagar sete milhões de euros à equipa andaluz, num plano de pagamento a três anos.
Com este cenário resolvido, Ricardo Horta, que tem contrato até 2028 com o SC Braga, está preparado para continuar a escrever história. Para já, prepara-se para atingir o topo da lista de jogadores com mais jogos pelo clube.