
O australiano Caleb Ewan, um dos melhores velocistas do pelotão mundial na última década, retirou-se com efeito imediato do ciclismo, menos de quatro meses após assinar com a Ineos Grenadiers, evocando um desencanto com a modalidade, na qual chegou a ser um dos principais nomes do sprint.
«Durante os 11 anos da minha carreira, alcancei mais do que alguma vez imaginei ser possível. […] Desde que me lembro, o meu mundo girou em torno do ciclismo. A rotina intensa, o sacrifício, a busca permanente pela evolução, o desejo de ganhar foram o meu ritmo, a minha identidade. Mas aquilo que era tudo para mim já não o é», justificou Caleb Ewan, de 30 anos.
Caleb Ewan tinha iniciado a temporada na australiano Jayco AlUla, mas acabou por transferir-se para a Ineos. «Depois de muito pensar, decidi retirar-me imediatamente. As minhas experiências das últimas duas épocas... afetaram significativamente a minha relação com o desporto», justificou
Vencedor de cinco etapas no Tour e outras tantas no Giro, o australiano ganhou logo na estreia pela equipa britânica, na etapa inaugural da Semana Internacional Coppi e Bartali, e somou ainda um triunfo na Volta ao País Basco, desistindo no dia seguinte, numa decisão então explicada pela Ineos com a gestão do seu calendário competitivo.
Entre 2019 e 2021, Ewan foi um dos principais sprinters do pelotão mundial, mas a sua carreira, da qual se despede com 65 triunfos, foi sempre pautada pela inconstância, saindo de forma polémica também da Lotto, em 2023, após cinco épocas. Antes, representou as variantes da australiana Orica GreenEDGE.
«O que vivi nas duas últimas épocas, particularmente na segunda metade de 2024, pesaram na minha relação com a modalidade. Estou feliz por não ter deixado que esse período definisse o final da minha carreira», explicou, numa nota partilhada pela Ineos.