André Villas-Boas e restante administração da SAD estão decididos na defesa de Vítor Bruno. A falta de futebol e de atitude na Choupana deixaram marcas de insatisfação e frustração na cúpula azul e branca, sabe o zerozero, mas o treinador continuará a ser protegido e apoiado.

No domingo que poderia devolver o FC Porto à liderança isolada da Liga, uma bênção aguardada há quase mil dias para os lados do Dragão, os jogadores foram incapazes de dar uma resposta à altura das exigências. E é por aí que os responsáveis portistas estão a canalizar as críticas: o plantel, que nesta altura tem todas as suas contas em dia, tem de oferecer muito mais ao jogo, no entender de quem manda.

A dedicação e a qualidade de Vítor Bruno estão no Dragão «acima de todas as suspeitas». André Villas-Boas persiste na ideia deste ser o nome certo para esta fase fundamental da nova era azul e branca.

As fontes auscultadas nas últimas 48 horas confirmam «a profunda desilusão» engolida no Funchal, mas todas incidem também na «diferença mínima» para o topo da I Liga e na necessidade de «dar estabilidade» ao projeto.

Na próxima jornada, o FC Porto visita Barcelos e AVB não aceita nada abaixo de uma «resposta contundente». Embora não tenha ainda falado diretamente com o plantel, o presidente do FC Porto irá ainda esta semana ao balneário exigir «olhos nos olhos» uma imagem radicalmente diferente a todos os atletas.

Atenuantes para Vítor Bruno: plantel curto, líder em falta

Ao treinador principal será sempre assacada a responsabilidade maior, mas a análise dos decisores do FC Porto identifica atenuantes importantes para explicar a irregularidade exibicional.

A um «plantel curto» nas opções credíveis e já solidificadas, Vítor Bruno junta a «falta de um verdadeiro líder» nos lamentos passíveis de justificarem a rara oscilação entre bons e maus momentos.

Enquanto o Sporting se agarra a Morten Hjulmand e o Benfica a dois campeões do mundo (Nico Otamendi e Angel Di María), o FC Porto procura uma torre capaz de substituir Pepe nesse comando em campo.

Diogo Costa, pelo perfil e a posição ocupada em campo, não é esse nome. Alan Varela, em quem se depositavam as maiores esperanças, está a pagar o preço de um ano e meio sem férias. A ida ao mercado, já em janeiro, está em cima da mesa: um extremo tem a porta de entrada aberta.

Num momento de contestação popular e tremendamente dececionante para o mundo azul e branco, André Villas-Boas socorreu-se de todo o racionalismo possível e evitou uma rotura imediata.

As razões são as supracitadas, às quais podem ser acoplados os motivos já aventados na crise de novembro.

Vítor Bruno continuará a ser o treinador do FC Porto.