O FC Porto comunicou esta quarta-feira os resultados da auditoria forense e concluiu que, nas cinco épocas desportivas analisadas (2017/18, 2018/19, 2021/22, 2022/23 e 2023/24) teve perdas estimadas em 5,1 milhões de euros no que toca aos processos de venda de bilhetes aos Super Dragões e às Casas do FC Porto. 

Entre as principais irregularidades identificadas estão as seguintes: "Dívidas por saldar de 2M€ relativas a bilhetes vendidos (e entregues) aos Super Dragões e que não foram restituídos pela Associação (não pagos); dívidas relativas à venda de bilhetes às Casas FC Porto, com ausência de documentação para justificar as transações."

No valor total das perdas está também englobado o apoio logístico aos Super Dragões, "estimada em 1,45 M€ em despesas indevidas (faturas não elegíveis à luz dos Protocolos), uso indevido de recursos do Clube para pagar viagens pessoais a membros e familiares da direção dos Super Dragões para destinos onde não existiam jogos do Clube (e.g., Cuba, Cancun, Maldivas, Brasil, Tanzânia, Ibiza, Sardenha, …)."

Ora, isso levou a uma nota adicional com a seguinte revelação: "Além deste montante, foram pagos cerca de 800 mil euros adicionais relacionados com deslocações na condição de visitante, enquadrados como elegíveis nos termos do protocolo vigente."

No que toca aos descontos indevidamente aplicados sobre o valor facial dos bilhetes, o prejuízo do FC Porto aponta a 850 mil euros. A auditoria revela ainda a oferta indevida de bilhetes para jogos de grande relevância de bilheteira, como o FC Porto-Barcelona, por altura do aniversário da claque e violando os protocolos, com impacto financeiro estimado em 340 mil euros.

Centrando as atenções nas Casas do FC Porto, foi confirmado "o excesso de bilhetes vendidos em relação à bolsa média permitida (limitada a 2.500 bilhetes), resultando em perdas de 110 mil euros", sendo que "diversas Casas atuaram na venda de bilhetes sem fornecer dados legais obrigatórios, causando perdas estimadas de 81 mil euros".

A auditoria vinca ainda que, conforme era previsível, foi impossível "estimar o volume de receitas gerado pela revenda ilegal de bilhetes aos utilizadores finais."

[Em atualização]