António Nobre fez curta viagem até Rio Maior, para dirigir o Casa Pia/Benfica. A liderar a equipa de vídeoarbitragem esteve Vasco Santos.
O internacional leiriense fez um bom trabalho na noite de ontem. Para isso, contou com a competência do seu VAR, que em momento importante do jogo recomendou correção de decisão mal avaliada em campo.
Segue análise técnica aos lances mais relevantes do encontro:
10' Otamendi puxou o ombro de Larrazabal apenas para impedir (como impediu) a sua saída em velocidade. O central argentino incorreu na chamada falta tática, que tem natureza antidesportiva. Devia ter visto o cartão amarelo. Em campo, Nobre teve perceção distinta.
13' Seria bom para árbitros, jogadores, treinadores e adeptos que todas as infrações de defesas dentro da área fossem tão óbvias como esta. Tchamba entrou com tudo à bola, chegou atrasado e pontapeou a perna esquerda de Leandro Barreiro com evidente imprudência (a roçar a negligência). Lance indiscutível. Boa decisão do árbitro ao assinalar pontapé de penálti.
24' Akturkoglu rematou com perigo à barra da baliza de Sequeira, mas na sequência de lance irregular. É que Di Maria, que fez a assistência para o avançado turco, estava em fora de jogo (que não foi assinalado). Se o lance tivesse resultado em golo, o VAR iria seguramente intervir.
36' Apesar de encolher as pernas no último instante, talvez ciente do risco que correu, a verdade é que Otamendi abordou a jogada de forma imprudente, derrubando Nuno Moreira, que se antecipou em velocidade. A infração existiu mas, como comprovado pelas imagens, aconteceu fora da área encarnada. Neste tipo de lances factuais (falta dentro/fora da área) não é necessário o árbitro recorrer aos ecrãs para avaliar a jogada. No entanto é sensato fazê-lo quando em causa está o reforço de credibilidade de uma decisão sensível, que pode espoletar ruído ou controvérsia à posteriori. Neste sentido, a intervenção de Vasco Santos foi muito feliz, até porque facultou ao colega de campo provas irrefutáveis da decisão: primeiro imagem do exato momento do contacto perna/perna (em ângulo mais fechado), depois o local onde esse aconteceu (ângulo aberto). Nota importante: o central argentino não cortou uma clara oportunidade de golo: a infração foi cometida após a bola ser rematada, logo não afetou nem afetaria a consequência do remate (não foi nem seria golo).
50' Beni, no movimento de rotação, atingiu a perna de Akturkoglu, lesionando-o momentaneamente. O movimento não foi nem imprudente nem negligente. Apenas acidental.
60' Segundo golo do Casa Pia, com análise a dois momentos: primeiro Larrazabal não cometeu infração sobre Álvaro Carreras; depois, quando Nuno Moreira rematou à baliza de Trubin, estavam dois jogadores do Casa Pia em posição irregular, mas não intervieram na jogada. Lance bem validado pela equipa de arbitragem.
79' Nuno Moreira não pareceu ter carregado irregularmente António Silva, como o árbitro leiriense interpretou. Na sequência, o avançado casapiano procurou retardar o recomeço de jogo, lançando a bola pelo ar. Foi advertido com justiça.
82' Miguel Sousa foi advertido com justiça na sequência de entrada negligente sobre Álvaro Carreras.
90+2' Miguel Sousa tocou na bola e na sequência a perna de Manu, em ação que não pareceu faltosa. O árbitro fez leitura diferente, assinalando pontapé-livre direto para a equipa encarnada.
90+4' Livolant marcou o terceiro golo da equipa visitada, em lance sem qualquer irregularidade: primeiro Max Svensson partiu do seu próprio meio-campo; depois, no momento da assistência, o avançado francês estava bem atrás do penúltimo adversário. Tudo certo.