O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que pretende encontrar-se com o futuro presidente norte-americano, Donald Trump, para acordar um plano de paz antes de qualquer negociação com Vladimir Putin.
"Primeiro, com Trump, acordamos com ele como acabar com a guerra, como parar Putin", disse Volodymyr Zelensky durante uma entrevista de três horas divulgada e citada pela agência de notícias francesa AFP.
Em declarações ao "podcaster" americano Lex Fridman, Zelensky defendeu que também é "muito importante para a Europa ter uma voz" nas conversações.
"Trump e eu vamos chegar a um acordo - e tenho a certeza que será capaz de oferecer fortes garantias de segurança com a Europa - e depois podemos falar com os russos", afirmou na entrevista gravada no final de dezembro em Kiev, durante a qual abordou um vasto leque de assuntos.
Nesta entrevista, conduzida por Lex Fridman em russo com Zelensky a responder às perguntas em ucraniano, o presidente ucraniano reitera a esperança de que Donald Trump possa pôr fim à guerra.
"Agora vejo que quando falo de algo com Donald Trump - seja pessoalmente ou ao telefone - todos os líderes europeus me perguntam 'como correu'", disse, acrescentando que essa situação "mostra a influência de Donald Trump, e isto nunca aconteceu antes com um presidente americano".
O Presidente ucraniano não poupou elogios ao futuro Presidente americano, que regressará à Casa Branca a 20 de janeiro, concluindo que Trump "dá-nos confiança de que pode acabar com esta guerra'.
"Adoro a mensagem do Presidente Trump quando fala. Penso que partilhamos esta ideia de paz através da força, que é muito importante", afirmou.
A vitória de Donald Trump nas eleições de novembro lançou dúvidas sobre o futuro do apoio americano à Ucrânia, tendo o novo presidente americano já prometido acabar com a guerra "em 24 horas".
Para Volodymyr Zelensky, as declarações de Donald Trump "não são apenas palavras": "Estou a contar com ele e penso que o nosso povo está a contar com ele", afirmou.
"Ele tem poder suficiente para exercer pressão sobre Putin", acrescentou o líder ucraniano.
Com LUSA