O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, apelou, este sábado, aos seus aliados para pararem de "espiar" e a tomarem medidas concretas antes que as tropas norte-coreanas destacadas na Rússia cheguem ao campo de batalha.
Zelensky levantou a possibilidade de um ataque preventivo ucraniano contra os campos onde as tropas norte-coreanas estão a ser treinadas e disse que Kiev conhece a sua localização, mas lembrou que a Ucrânia não pode fazê-lo sem a permissão dos aliados para usar armas de longo alcance fabricadas no Ocidente, noticiou a agência Associated Press.
"Mas em vez disso (...) a América está a observar, a Grã-Bretanha está a observar, a Alemanha está a observar. Todo mundo está apenas à espera que os militares norte-coreanos também comecem a atacar os ucranianos", argumentou Zelensky, numa publicação feita sexta-feira na rede Telegram.
Perto de 8 mil norte-coreanos na fronteira da Ucrânia
A administração norte-americana, presidida por Joe Biden, disse na quinta-feira que cerca de 8.000 soldados norte-coreanos estão agora na região russa de Kursk, perto da fronteira com a Ucrânia, e preparam-se para ajudar o Kremlin na luta contra as tropas ucranianas nos próximos dias. Os serviços de informações militares ucranianos revelaram que mais de 7.000 norte-coreanos com equipamento e armas russas foram transportados para áreas próximas da Ucrânia.
Líderes ocidentais descreveram o envio de tropas norte-coreanas como uma escalada significativa que também poderá abalar as relações na região Indo-Pacífico e abrir a porta a transferências de tecnologia de Moscovo para Pyongyang que poderiam aumentar a ameaça representada pelo programa de armas nucleares e mísseis da Coreia do Norte. A ministra das Relações Exteriores da Coreia do Norte, ChoeSon Hui, reuniu-se com seu homólogo russo em Moscovo na passada sexta-feira.
Líderes ucranianos insistem que precisam de permissão para usar armas ocidentais para atacar depósitos de armas, campos de aviação e bases militares longe da fronteira, para motivar a Rússia a procurar a paz. O Presidente russo, Vladimir Putin, alertou em 12 de setembro que a Rússia estaria "em guerra" com os EUA e os países da NATO se a utilização desse armamento fosse aprovada.