"Não recebemos um convite e não há intenção de participar", disse Paula Pinho, porta-voz da presidente do executivo comunitário, Ursula von der Leyen, em conferência de imprensa, em Bruxelas, sede das instituições europeias.
A tomada de posse do ainda Presidente eleito dos EUA, o republicano Donald Trump, está prevista para 20 de janeiro.
Paula Pinho acrescentou que a presidente da Comissão Europeia vai estabelecer contactos em breve com a próxima administração norte-americana, que através de declarações de Donald Trump tem vindo a ameaçar decisões que significariam perturbações às relações com Bruxelas.
Os presidentes do Conselho Europeu e da Comissão Europeia alertaram na quinta-feira que os EUA "são mais fortes" com a Europa "num mundo difícil", prometendo defender valores democráticos e os cidadãos europeus.
"Para a UE, é essencial proteger e reforçar os direitos e valores democráticos fundamentais, fazer com que a nossa economia seja mais competitiva e sustentável, e expandir a nossa rede global de parcerias, e investir mais na nossa segurança", escreveram António Costa e Ursula von der Leyen, respetivamente líderes do Conselho Europeu e da Comissão Europeia, na rede social X, num contexto de declarações polémicas feitas por Donald Trump em relação a Bruxelas e alguns Estados-membros.
Trump tem ameaçado com a imposição de tarifas às exportações europeias, a par de críticas à Aliança Atlântica e mais recentemente alusões a ocupar a Gronelândia, um território que pertence à Dinamarca, país-membro da UE e da NATO.
Os Estados Unidos da América e 23 dos 27 Estados-membros da UE também pertencem à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).
No comunicado, Costa e von der Leyen, tomam uma posição conjunta assumindo que "a UE vai proteger sempre os seus cidadãos e a integridade das democracias e liberdades" dos países-membros.
Na posição divulgada no X e noutras redes sociais, Costa e von der Leyen acrescentaram que esperam um "diálogo positivo" com a administração do republicano, baseado em "valores e interesses comuns".
Também o chanceler alemão, Olaf Scholz, comentou na quarta-feira as últimas declarações do Presidente eleito dos Estados Unidos sobre uma hipotética anexação da Gronelândia.
Ursula von der Leyen cancelou todos os compromissos profissionais nas primeiras duas semanas de janeiro, por estar a recuperar de complicações de saúde.
Questionada sobre o regresso da presidente da Comissão Europeia às atividades do executivo, Paula Pinho esclareceu que ainda é incerto e só poderá ser divulgado mediante avaliação médica.
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