
À pergunta “quem acha que vai vencer as legislativas de 18 de maio” feita pela sondagem Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS-ULisboa) e do ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa (Iscte-IUL) para a SIC e Expresso, a maioria (quase 40%) prevê que seja a AD-Coligação PSD/CDS.
Logo a seguir, 23% acreditam que será o PS e 14% apostam as fichas noutros partidos. Ainda assim, um quarto dos inquiridos prefere não arriscar previsões.
E o que devem os partidos fazer caso se confirme o prognóstico de vitória da AD, mas com o Chega a ter de entrar nas contas para que haja uma maioria de direita? Não há nenhuma solução que recolha a opinião favorável da maioria dos inquiridos nesta sondagem do ICS e do ISCTE.
Ainda assim, mais de 40% acham boa ideia que seja o PS, novamente, a viabilizar um Governo minoritário da AD contra cerca de um terço que veem com bons olhos que seja o Chega a fazê-lo. Um pouco menos (29%) consideram que nesse cenário devia ser o PS a tentar formar Governo.
Já a hipótese de a AD ter de olhar para o Chega como parceiro no Governo ou apenas no Parlamento é rejeitada por mais de 60% dos inquiridos.e 95%.
Simpatizantes do PSD ‘afastam’ (ainda mais) o Chega
Olhando apenas às respostas no universo de simpatizantes do PSD verifica-se que a única possibilidade considerada boa ideia por uma maioria (63%) é o PS aceitar um governo minoritário da AD.
A perspectiva de um acordo de governo entre a AD e o Chega é a que menos agrada - só 14% acham que é boa ideia. Comparando com as respostas à mesma pergunta na sondagem de janeiro de 2024, verifica-se que agora são muito mais os simpatizantes do PSD que acham má ideia a inclusão do Chega no Governo. Há um ano eram 62%, agora são 82%.
Então, com quem deve a AD negociar, se vencer sem maioria? Com a IL, na opinião de 41% dos inquiridos, ou com o PS, defendem 31%. O PAN é encarado como hipótese para 25%, 4 pontos percentuais acima dos que avançam o Chega como solução.
E se o PS vencer sem maioria?
Mais uma vez não há soluções que agradem. Ainda assim, a que menos desagrada é a negociação com o Bloco de Esquerda, mas são hoje menos os que a defendem, por comparação com há um ano.
Em contrapartida cresceu bastante (mais nove pontos percentuais) a percentagem dos inquiridos que defendem que o PS tem de se entender com o Livre.
Também são mais, ainda que em menor escala, os que acham que é hora de PS se sentar à mesa com o PSD, ou mesmo com o PAN.
A ideia de um acordo com o PCP agrada exatamente à mesma percentagem que já o defendia em janeiro de 2024.
Ficha técnica
Este relatório baseia-se numa sondagem cujo trabalho de campo decorreu entre os dias 5 e 14 de abril de 2025. Foi coordenada por uma equipa do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS-ULisboa) e do Iscte – Instituto Universitário de Lisboa (Iscte-IUL), tendo o trabalho de campo sido realizado pela GfK Metris. O universo da sondagem é constituído pelos indivíduos de ambos os sexos com idade igual ou superior a 18 anos e capacidade eleitoral ativa, residentes em Portugal Continental. Os respondentes foram selecionados através do método de quotas, com base numa matriz que cruza as variáveis Sexo, Idade (4 grupos), Instrução (3 grupos), Região (7 Regiões NUTS II) e Habitat/Dimensão dos agregados populacionais (5 grupos). A partir de uma matriz inicial de Região e Habitat, foram selecionados aleatoriamente 93 pontos de amostragem, onde foram realizadas as entrevistas de acordo com as quotas acima referidas.
A informação foi recolhida através de entrevista direta e pessoal na residência dos inquiridos, em sistema CAPI, e a intenção de voto nas eleições legislativas recolhida através de simulação de voto em urna. Foram contactados 2815 lares elegíveis (com membros do agregado pertencentes ao universo) e obtidas 803 entrevistas válidas (taxa de resposta de 29%, taxa de cooperação de 44%). O trabalho de campo foi realizado por 35 entrevistadores, que receberam formação adequada às especificidades do estudo. Todos os resultados foram sujeitos a ponderação por pós-estratificação de acordo com a frequência de prática religiosa e a pertença a sindicatos ou associações profissionais dos cidadãos portugueses com 18 ou mais anos residentes em Portugal continental, a partir dos dados da vaga mais recente do European Social Survey (Ronda 11). A margem de erro máxima associada a uma amostra aleatória simples de 803 inquiridos é de +- 3,5%, com um nível de confiança de 95%.