Depois de ter suspendido a proibição decidida pelo antecessor Joe Biden da entrega de armas de grande potência aos israelitas devido à preocupação com o impacto na população civil em Gaza, o novo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, autorizou o envio de bombas de uma tonelada para a região.
Quando questionado sobre a razão desta decisão, foi claro: “Porque eles [os israelitas] as compraram.” Desde o início do conflito, entra Israel e o Hamas, na sequência do ataque do grupo terrorista a 7 de outubro de 2023, já terão morrido cerca de 48 mil palestinianos.
Entretanto, este sábado, durante uma viagem no Air Force One, o avião da Presidência norte-americana, Trump apresentou um plano para a reconstrução da Faixa de Gaza. a ideia é deslocar mais de um milhão e meio de palestinianos para o Egito e para a Jordânia, enquanto os norte-americanos terminam o trabalho de demolição e reconstrução da zona afetada pela guerra com Israel. Para já, Trump estabeleceu contactos com o rei da Jordânia e pretende falar ainda este domingo com o Presidente do Egito.
“Eu gostaria que o Egito levasse pessoas”, afirmou Donald Trump, citado pela Associated Press. “Provavelmente um milhão e meio de pessoas. Nós simplesmente limpamos tudo e dizemos, 'Acabou'”, avançou o Presidente norte-americano. Acrescentando o que terá dito ao rei Abdullah II, da Jordânia: "Adoraria que assumisse mais [refugiados], porque olho para a Faixa de Gaza neste momento, e é uma confusão."
Para Trump, a solução passa pela deslocação dos palestinianos da faixa de Gaza. "É literalmente um local de demolição agora. Quase tudo foi demolido, e as pessoas estão a morrer. Então, prefiro envolver-me com algumas das nações árabes, e construir moradias em um local diferente, onde elas [os palestinianos] possam talvez viver em paz para variar.”
"Confirmamos que o nosso povo, com todo o seu apoio, é capaz de reconstruir Gaza", afirmou Bassem Naïm, membro do gabinete político do movimento islamita palestiniano, contactado telefonicamente pela agência noticiosa France-Presse (AFP), citada pela Lusa este domingo.
A proposta de Trump foi também rejeitada pela Jihad Islâmica, movimento islamita palestiniano aliado do Hamas em Gaza, que, num comunicado, sublinhou que a ideia de transferir palestinianos para países da região encoraja os "crimes de guerra e crimes contra a humanidade".
Israel também já reagiu à proposta de Donald Trump. O ministro das Finanças israelita, Bezalel Smotrich, do partido de extrema-direita, considerou "uma excelente ideia" a proposta do Presidente norte-americano de "limpar" a Faixa de Gaza e enviar palestinianos para países da região.
"Depois de anos a glorificar o terrorismo, [os palestinianos] serão capazes de estabelecer uma nova e bela vida noutro lugar", acrescentou Smotrich, cujo partido é essencial para a coligação governamental de Benjamin Netanyahu, num comunicado.
Durante anos, acrescentou, os políticos propuseram "soluções impraticáveis", como a divisão de terras e a criação de um Estado palestiniano, "que põem em perigo a existência e a segurança do único Estado judeu do mundo", acrescentou.
"Só o pensamento inovador com novas soluções trará uma solução de paz e segurança. Trabalharei, com a ajuda de Deus, com o primeiro-ministro e o gabinete para garantir que haja um plano operacional para implementar isto a partir do mais próximo possível", sublinhou Smotrich.