"Estamos a pedir terras raras e petróleo, tudo o que pudermos obter", disse o Presidente dos Estados Unidos da América, na convenção conservadora CPAC (Conferência de Ação Política Conservadora), nos subúrbios de Maryland.

Trump disse estar "a tentar recuperar o dinheiro, ou garanti-lo".

"Quero que nos dêem algo por todo o dinheiro que investimos", acrescentou o Presidente norte-americano, que inverteu completamente a posição dos Estados Unidos sobre a guerra na Ucrânia e se aproximou de Moscovo.

Desde há várias semanas que Donald Trump exige o equivalente a 500 mil milhões de dólares (478 mil milhões de euros) em terras raras como compensação, na sua opinião, pelo apoio norte-americano a Kiev face à invasão russa, condições que são inaceitáveis para a Ucrânia nesta fase.

Trump tinha prometido acabar rapidamente com a guerra na Ucrânia, desencadeada pela invasão russa há três anos, mas desde uma conversa telefónica com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, em 12 de fevereiro, retomou a retórica do Kremlin sobre a responsabilidade das autoridades ucranianas no conflito e descreveu o Presidente ucraniano como um "ditador sem eleições".

Na sexta-feira, o Presidente republicano afirmou que a presença do Presidente ucraniano nas conversações para pôr fim à guerra não era "muito importante".

A aproximação entre Washington e Moscovo levou a maioria das capitais europeias a temer que a Rússia se torne ainda mais poderosa no continente.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, é esperado em Washington na segunda-feira, onde se encontrará com Trump, seguido pelo primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, na quinta-feira.

Na segunda-feira, a Ucrânia assinala o terceiro aniversário do início da invasão russa, em 24 de fevereiro de 2022, que desencadeou uma guerra com um balanço de perdas humanas e materiais de dimensão ainda não inteiramente apurada.

A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e militar dos aliados ocidentais.

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