A ministra do Ambiente alertou hoje para a possibilidade de inundações nas localidades das margens dos rios Tejo e Mondego e revelou que a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) está em contacto com os municípios dessas regiões.

"Do ponto de vista de inundações, a que nos causa mais preocupação é [a região] do Tejo, poderá haver alguma preocupação no Mondego, são as duas zonas piores", disse Maria da Graça Carvalho, em declarações aos jornalistas, em Bruxelas, na Bélgica.

A ministra revelou que a situação "está a ser controlada pela APA, em contacto com os presidentes" das autarquias abrangidas.

Em simultâneo, a APA, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) e a Proteção Civil estão a trabalhar em conjunto com as autoridades espanholas para fazer uma avaliação do caudal do Tejo: "Temos ainda capacidade de retenção no lado espanhol e no lado português."

Em simultâneo, serão verificadas "todas as descargas" feitas do lado espanhol, para evitar que o caudal do rio aumente e que a precipitação o faça transbordar, levando a inundações.

Se no Tejo e no Mondego a situação pode preocupar, a ministra considerou que noutras partes do país a precipitação elevada está a ser benéfica.

"Vai chover em todo o país, para o Algarve tem sido uma bênção, não esperamos inundações no Algarve, temos uma das albufeiras a 71%, que era uma coisa que não se via há muitos anos", sustentou.

Os alertas da Proteção Civil

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) avisou hoje a população para o agravamento das condições meteorológicas nos próximos dias no continente, com chuva, vento, agitação marítima e queda de neve.

Este aviso da Proteção Civil surge na sequência das previsões meteorológicas do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), devido aos efeitos da depressão "EOWYN", que afetará o continente nos próximos dias, sobretudo com períodos de chuva, por vezes forte, em especial nas regiões Norte e Centro, podendo ser acompanhados de trovoada, associado a vento forte com rajadas até 90 km/h no litoral e nas terras altas.

As previsões apontam também para agitação marítima forte na costa ocidental, com ondas até cinco metros, podendo atingir os sete metros no próximo domingo, assim como queda de neve nas regiões Norte e Centro, a partir da tarde de segunda-feira.

A ANEPC alerta ainda para a informação da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), segundo a qual "podem ocorrer variações significativas" dos níveis da água nas zonas historicamente mais vulneráveis, em particular no sábado e no domingo.

As previsões da APA apontam para um aumento significativo das afluências nos rios Minho e Coura; nas afluências da Bacia do Lima, com possibilidade de impacto nas povoações ribeirinhas, em especial em Ponte da Barca e Ponte de Lima; e também a jusante de Vilarinho das Furnas e da Caniçada, na Bacia do Cávado.

A Bacia do Douro pode sofrer um aumento significativo das afluências, incluindo na sub-bacia do Tâmega e do Sousa; assim como a Bacia do Vouga, incluindo a jusante de Ribeiradio, bem como na sub-bacia do Águeda, assim como na Bacia do Mondego, pondo em risco a afluências a Coimbra.

Na Bacia do Tejo existirão caudais elevados, mas não se prevê um aumento das afluências a partir de Espanha que provoque situações críticas.