
Por cá, as guerras são de Alecrim e Manjerona, uma comédia de enganos de António José da Silva, escrita já lá vão quase três séculos, mas que de alguma maneira nos transporta para a actualidade. Na peça, lá estão os fidalgos galantes, mas sem ética, aristocratas avarentos, exageros barrocos, criticas à justiça, à medicina e às rivalidades entre grupos carnavalescos. Da semana passada veio não só o desentendimento entre grupos parlamentares, mas também a consequência esperada pelo chumbo da moção de confiança. Vamos ter eleições antecipadas no dia 18 de maio.
Lá por fora, em tempo de Guerra e Paz, Putin faz a vez de Napoleão no romance de Tolstói mas o determinismo histórico presente no livro continua a ser favorável à Rússia, destinada a vencer. É nisto que acredita o presidente russo e foi com esta convicção que deixou Trump de mãos a abanar, oferecendo-lhe muito pouco, comparando com o que lhe exige, que é mais ou menos determinar agora que a Ucrânia não terá capacidade de se defender no futuro. Em tempo de Guerra e Paz, Netanyahu deitou ao lixo o plano que Trump supostamente o obrigou a aceitar e voltou a atacar Gaza sem dó, nem piedade, mas com o apoio de Washington. Talvez seja bom olhar para a paz do Médio Oriente para antecipar o que pode ser a paz na Ucrânia.