Benfica e Sporting disputam no sábado o dérbi lisboeta como se fosse uma final, tal a importância nas contas da I Liga portuguesa de futebol, já perto do seu desfecho, na 33.ª e penúltima jornada.

Apesar de empatados em pontos, o Sporting chega ao embate com o Benfica com o estatuto de líder, e de campeão nacional, com a possibilidade inédita de se consagrar no terreno do rival, em caso de vitória, ou manter o primeiro lugar, com um empate.

Os 'encarnados' contam com o 'inferno' da Luz para superarem os 'verdes e brancos' - como em 2004/05, quando desempataram com uma vitória caseira na penúltima jornada, com um triunfo por 1-0 [golo de Luisão] -, sendo que, vencendo por dois ou mais golos, 'anulam' a derrota (1-0) da primeira volta e recuperam o título.

É por isso que o terceiro de quatro dérbis da época 2024/25 vai ser uma final -- a anteceder o reencontro entre Benfica e Sporting na decisão da Taça de Portugal, dentro de duas semanas -, arrebatando todo o protagonismo pela valia e simbolismo do título de campeão nacional.

Os 'leões' procuram o seu 21.º cetro, revalidando o título pela primeira vez desde 1953/54, então o 'tetra', enquanto as 'águias' o 39.º, para recuperarem a 'coroa' conquistada em 2022/23 e cimentarem o seu estatuto de recordistas no historial da principal competição desportiva portuguesa e poderem 'reinar' durante mais um ano desportivo.

O domínio dos dois 'grandes' de Lisboa da I Liga tem sido demasiado evidente -- ambos dispõem de 13 pontos de avanço sobre Sporting de Braga e FC Porto --, com o Sporting a chegar ao dérbi após quatro vitórias seguidas e 19 jogos sem perder e o Benfica após 13 encontros sem derrotas e três triunfos consecutivos.

As destacadamente duas melhores equipas nacionais vão defrontar-se no máximo das suas capacidades atuais -- as principais ausências são as 'baixas' mais ou menos permanentes de Manu Silva, Bah e Renato Sanches, do lado 'encarnado', e Nuno Santos e Daniel Bragança, do 'verde e branco' --, num confronto provavelmente mais físico do que belo, e, certamente, mais emotivo do que racional.

O treinador do Benfica deve fazer regressar os 'titulares' Ángel Di María e Álvaro Carreras ao 'onze', compondo a equipa inicial com o guarda-redes Trubin, os defesas Tomás Araújo, António Silva, o capitão Otamendi e o lateral espanhol, com Florentino e Kökcü no 'miolo'.

O ponta de lança Pavlidis, autor de 18 golos no campeonato, vai ser o vértice do '4-2-3-1' de Bruno Lage, contando com os seus 'imediatos' Di María, Aursnes e Aktürkoglu no apoio ofensivo, para fazer frente ao '3-4-3' recuperado por Rui Borges à génese deste Sporting de Ruben Amorim.

Frente ao 'melhor' Benfica, também o Sporting deverá contar com todo o seu potencial, com destaque para o avançado sueco Gyökeres, que conta 38 remates certeiros na I Liga, numa frente de ataque que deve ficar composta por Francisco Trincão e Pedro Gonçalves.

Atrás, Rui Silva estará na baliza, guardado pelos centrais Eduardo Quaresma (ou St. Juste), Diomande e Gonçalo Inácio, que terão à frente Debast e Hjulmand, com Geny Catamo e Maxi Araújo nos corredores.

Improvável será Geny Catamo - 'herói' das últimas duas vitórias 'leoninas' em dérbis, ambas em Alvalade, para o campeonato -- entrar no trio atacante. Neste caso, recuava Pedro Gonçalves para o lado de Hjulmand, numa surpreendente troca com Debast, que poderia entrar no trio de centrais, com Geovany Quenda na direita.

A decisão, o dérbi, a 'final', está marcada para sábado, a partir das 18:00, no Estádio da Luz, em Lisboa.

Depois, apenas e só se não houver campeão na Luz, ganha preponderância a última jornada, agendada para o fim de semana eleitoral de 18 de maio, quando o Sporting é anfitrião do Vitória de Guimarães e o Benfica visita o Sporting de Braga.