
A Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS) concluiu que António Gandra d'Almeida, ex-diretor executivo do SNS, desrespeitou a lei no acesso à primeira consulta hospitalar no Hospital Santos Silva, em Vila Nova de Gaia, avança o jornal Público. Esta consulta antecedeu uma cirugia realizada em outubro do ano passado.
Ao contrário do previsto, Gandra d'Almeida não foi referenciado por "unidades funcionais dos agrupamentos de saúde ou de outros serviços hospitalares da mesma instituição" nem pelo SNS24 ou quaisquer outras entidades, conclui o relatório da auditoria.
O IGAS considera que a médica que assistiu o ex-diretor executivo do SNS "diligenciou pelo registo de primeira consulta da especialidade, em regime não presencial, após observação informal do utente, com o objectivo de desencadear a necessária requisição do meio complementar de diagnóstico e terapêutica (ressonância magnética) e o agendamento da consulta subsequente", adianta o mesmo jornal. O relatório acrescentou ainda que este procedimento "merece reparo", por não corresponder ao "acesso equitativo dos utentes ao Serviço Nacional de Saúde".
A auditoria avançou depois de uma denúncia anónima que acusou Gandra D'Almeida de "incumprimento" quando foi operado no ano passado, no hospital de Gaia. Em reação à denuncia, feita em novembro do ano passado, o visado garantiu que "tudo foi feito segundo as regras" e que se tratava de uma "devassa da vida pessoal".