
O cabeça-de-lista do Juntos pelo Povo (JPP) às eleições legislativas de 18 de Maio para a Assembleia da República afirmou esta quarta-feira que “reforçar os poderes da Autonomia é uma causa nacional e não uma questão regional”.
No âmbito das acções de pré-campanha eleitoral, Filipe Sousa assume como prioridade “o reforço claro e inequívoco dos poderes autonómicos da Madeira”, porque, acrescenta, “a Autonomia é a solução viável para os muitos problemas que enfrentam os madeirenses e porto-santenses e não poderá ser nunca a desconfiança murmurada nos corredores ministeriais do Terreiro do Paço”.
O candidato, que também é presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz, aponta baterias ao centralismo. “Nas últimas décadas, Lisboa tem tratado a autonomia como uma concessão e não como um direito”, nota.
É demasiado tempo a enjeitar uma terra de gente que soa e luta arduamente por uma vida com o mínimo de dignidade". Filipe Sousa
A candidatura do JPP assume-se como 'A voz das ilhas por Portugal' para chegar a São Bento. A assinatura de campanha é um apelo à “alma madeirense” e evoca o berço de nascença do JPP, único partido nacional com sede na Madeira.
“Enquanto os outros partidos recebem ordens de Lisboa, o JPP tem o seu comando central aqui, na Madeira”, enaltece Filipe Sousa.
É um partido genuíno. Nasceu na Ilha. Vive na Ilha. Está no meio das populações. Conhece como ninguém os constrangimentos de um sistema centralista que decide à distância, sem ouvir, sem compreender e, por vezes, sem respeitar". Filipe Sousa
O cabeça-de-lista do JPP dispensa “o paternalismo do Estado” para com as Regiões Autónomas, compromete-se a exigir da República “uma nova abordagem” sobre a Autonomia, baseada na “confiança, cooperação e responsabilização” e assume levar para a Assembleia da República a “liberdade, a coragem política, a seriedade e a vigilância” características reconhecidas da ação política reconhecidas pela população da Madeira e Porto Santo.
“Só quem não depende de Lisboa, só quem não vive de favores partidários nem de estratégias, orientações, recomendações e ordens nacionais contrárias aos interesses da Madeira e Porto Santo, tem a liberdade e a coragem para fazer esse trabalho no Parlamento nacional”, realça.
Filipe Sousa acredita que um país respeitador das autonomias é um país “mais coeso, justo, democrático e tolerante”, e, por essa razão, enquadra o reforço dos poderes autonómicos como uma questão nacional.
“A Madeira tem capacidade, maturidade institucional e legitimidade democrática para assumir mais responsabilidades, gerir os seus próprios recursos e decidir sobre o seu futuro”, clama.
E conclui: “Não é divisionismo, é unidade na diferença, justiça territorial e respeito pela Constituição, que reconhece o direito à Autonomia.”