
"Todas as consequências negativas que [a greve] tem na vida das pessoas, na movimentação, na mobilidade, tudo isso é da única responsabilidade do Governo", afirmou Paulo Raimundo, que falava aos jornalistas durante uma arruada em Matosinhos, no distrito do Porto.
O líder comunista reagia às declarações do ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, que apelou na terça-feira à desconvocação da greve, que considerou "vazia de sentidos", alegando que o Governo fez o que podia, estando em gestão.
Para Paulo Raimundo, o ministro, "em vez de perder tempo em fazer campanha eleitoral", deveria "fazer hoje aquilo que não fez ontem, nem anteontem, nem noutro dia, nem neste ano todo, que é resolver os problemas de quem trabalha na CP".
O secretário-geral do PCP reiterou que tudo "o que está a acontecer é da responsabilidade do Governo e, em particular do ministro".
"E o ministro, com o tempo que tem, devia gastá-lo a resolver os problemas e não a incentivar os problemas, que é isso que ele está a fazer", disse.
A paralisação dos comboios arrancou hoje e prolonga-se até 14 de maio.
A greve terá um especial impacto nos dias de hoje e quinta-feira, devido ao maior número de sindicatos (14) que aderiram à paralisação nestes dias.
Miguel Pinto Luz afirmou na terça-feira que estas greves na CP "não são ferramenta de negociação. São greves vazias de objetivos, são greves políticas".
Em conferência de imprensa, o ministro adiantou que o Governo propôs um aumento de 5,75 milhões de euros da massa salarial com uma reeestruturação extraordinária de carreiras, referindo que este era o "máximo que nesta situação de Governo de gestão" seria permitido.
JGA (SCR/MPE) // PC
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