
Um tribunal israelita ordenou hoje a prisão domiciliária de dois conselheiros do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, que estão a ser investigados por alegadas ligações ao Qatar no âmbito do chamado caso "Qatargate".
Jonatan Urich e Eli Feldstein são suspeitos de terem recebido dinheiro para promover uma imagem positiva do Estado árabe do Golfo em Israel quando trabalhavam para o gabinete do primeiro-ministro.
A polícia israelita tinha pedido para os manter sob custódia durante mais sete dias, depois de terem sido detidos na segunda-feira para interrogatório.
Espera-se que a polícia recorra da decisão, segundo o jornal The Times of Israel, citado pela agência de notícias espanhola EFE.
Após a detenção dos dois suspeitos, Netanyahu foi chamado a depor perante a polícia israelita, o que fez durante cerca de duas horas.
No final, afirmou num vídeo tratar-se de uma investigação "puramente política".
Os dois conselheiros já tinham sido detidos na semana passada para interrogatório, depois de o canal público Kan ter divulgado áudios de um empresário israelita que afirmava ter transferido fundos de um lobista do Qatar para Feldstein.
Feldstein está a ser investigado por outro escândalo que envolveu o gabinete de Netanyahu, o caso "BibiLeaks".
É suspeito de ter divulgado documentos confidenciais do exército a meios de comunicação social estrangeiros, a fim de manipular a opinião pública a favor do esforço de guerra de Netanyahu.
O chamado caso "Qatargate", revelado em parte pelo jornal israelita Haaretz, investiga alegados pagamentos do Qatar, entre maio de 2002 e outubro de 2024, a conselheiros de Netanyahu para melhorar a imagem do país árabe em Israel.
O Qatar, um país que muitos consideram ser um patrono do grupo radical palestiniano Hamas, não tem laços diplomáticos formais com Israel.
O Qatar, que é um mediador-chave para o Hamas nas negociações de cessar-fogo com Israel, nega apoiar o grupo palestiniano, que está em guerra com Israel, segundo a agência de notícias norte-americana Associated Press (AP).