O primeiro-ministro, Luís Montenegro, disse esta segunda-feira que o antigo presidente social-democrata Luís Marques Mendes "preenche em absoluto os requisitos" para o PSD "estar ao lado de uma candidatura ganhadora", e recusou "fazer política com base nas sondagens".

"Eu já tive a ocasião de dizer, ainda antes de haver candidatura, qual era o contexto em que o PSD iria tomar a sua decisão e tive até a ocasião de dizer [...] que o Dr. Luís Marques Mendes preenche em absoluto os requisitos que nós estabelecemos para poder estar ao lado de uma candidatura ganhadora que dê ao país um horizonte nos próximos anos da magistratura presidencial que traga reforço da estabilidade política, reforço da cooperação institucional estratégica e serviço às portuguesas e aos portugueses."

Em declarações aos jornalistas em Bruxelas, à chegada do primeiro retiro de líderes da União Europeia, iniciativa criada para debates mais informais entre os chefes de Governo e de Estado europeus, o primeiro-ministro português recusou "fazer política e tomar decisões com base nas sondagens", pois isso implicaria estar "ao sabor do vento que estas sondagens muitas vezes trazem".

Uma sondagem sobre as eleições presidenciais realizada pelo ICS e ISCTE, para a SIC e Expresso, que foi divulgada na quinta-feira, dava a vitória ao almirante Gouveia e Melo, com 25% das intenções de voto, seguido pelo líder do Chega, André Ventura, o antigo secretário-geral do PS António José Seguro, com 15%, o também socialista António Vitorino, com 14%, e Marques Mendes com 13%.

Gouveia e Melo, assim como Seguro e Vitorino, ainda não assumiram uma candidatura presidencial.

"Sinceramente, acho que há uma coisa que nós podemos extrair como conclusão desses estudos, é que a eleição está em aberta. Não há nenhuma candidatura daquelas que se perfila que esteja perto de obter a aprovação que garante metade dos votos mais um, ou seja, que haja um desfecho na primeira volta e só isso, numa eleição como esta, que é unipessoal, mantém tudo em aberto até ao fim", adiantou Luís Montenegro, nas declarações antes destareunião informal dos líderesda UE dedicada ao tema da segurança e defesa.

Marques Mendes fez o último programa no Jornal da Noite

O antigo presidente do PSD Luís Marques Mendes fez no domingo à noite o seu último programa de comentário político na SIC e afirmou que, como candidato presidencial, terá como causas "ambição, estabilidade e ética".

"Tomei esta decisão porque acho, depois da reflexão que fiz, depois de ouvir muita gente, que podia ser útil ao país. Foi sempre o critério que coloquei. E sobretudo há duas ou três preocupações que eu tenho: ambição, estabilidade e ética", declarou Luís Marques Mendes sobre a decisão de se candidatar a Presidente da República.

O conselheiro de Estado despediu-se do seu espaço de comentário no "Jornal da Noite" da SIC quatro dias antes da sessão de apresentação da sua candidatura às eleições presidenciais de 2026, que está marcada para quinta-feira, em Fafe, no distrito de Braga.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já anunciou que tenciona marcar as presidenciais de 2026 para 25 de janeiro, calhando uma eventual segunda volta em 15 de fevereiro, três semanas depois.

Luís Marques Mendes, de 67 anos, advogado, irá fazer a apresentação da sua candidatura com quase um ano de antecedência, em 6 de fevereiro - na véspera da data escolhida pelo anterior chefe de Estado Jorge Sampaio, que se apresentou como candidato em 07 de fevereiro de 1995.


- Com Lusa