
Filipe celebrou este sábado três anos. Há 10 dias, que o seu paradeiro é uma incógnita para a mãe que não sabe também do outro filho, Rafael, de cinco anos, desde a última visita na casa da sogra.
”Ninguém abriu a porta, não houve qualquer tipo de comunicação, é um dia muito triste para mim hoje. Entre as pessoas que me acompanharam há, digamos, um núcleo duro de três amigas e depois são pessoas conhecidas ou algumas que souberam da minha história pelas redes sociais ou pelos meios de comunicação e que querem ajudar", explica Ana Gaivão.
Foi em julho do ano passado que a vida de Ana mudou drasticamente. Em Madrid, subdiretora numa das maiores plataformas de emprego da Europa, viu o marido, peruano, sair de casa com os dois filhos menores à revelia. Viajaram sem consentimento para a capital do seu país: Lima.
"Ninguém sabe onde estão, em princípio estão no Peru, porque não podem sair legalmente, mas há outras formas também de sair. Estou bastante desesperada porque apesar desta denúncia de sequestro internacional ter sido admitida a juíza não tomou quaisquer medidas para proteger as crianças. Pretendemos que se emita uma ordem de localização das crianças para que se mobilize a Polícia e a Interpol para descobrir onde é que estão os menores, e tomar medidas para garantir que durante o processo as crianças estão numa situação de segurança", explica.
Ana queixa-se da demora do processo na Justiça e também da falta de apoio do Ministério dos Negócios Estrangeiros português.
"Supostamente tínhamos na quarta-feira uma audiência no Tribunal em que se esperava que o meu filho Rafael testemunhasse, já era a segunda que se agendava essa audiência, e no mesmo dia da audiência o juiz recebeu um documento do meu marido a dizer que estava muito doente com uma gastroenterite e que não podia ir", acrescentou.
Ana garante que não sai da América do Sul sem os filhos.