
Alguns líderes latino-americanos já estão na China, como Luiz Inácio Lula da Silva, que chegou à capital no sábado para uma visita de Estado de cinco dias.
Desde que regressou ao poder, no início de 2023, o líder de 79 anos tem trabalhado para melhorar as relações do país tanto com Pequim como com Washington.
Símbolo das fortes relações bilaterais, as exportações brasileiras para a China ultrapassaram 94 mil milhões de dólares (83,7 mil milhões de euros) em 2024, segundo dados das Nações Unidas.
Como potência agrícola na América do Sul, o Brasil exporta principalmente soja e outras matérias-primas para a China. No sentido contrário, o gigante asiático vende semicondutores, telefones, veículos e medicamentos.
Já hoje, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, conversou em Pequim com o homólogo cubano, Bruno Rodriguez Parrilla.
O gigante asiático intensificou a cooperação económica e política com os países da América Latina nos últimos anos e espera que estes unam forças face à imposição de tarifas às importações pelo Presidente norte-americano, Donald Trump.
Uma aproximação que será celebrada na terça-feira com a abertura em Pequim da cimeira entre a China e a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e das Caraíbas (CELAC), uma organização intergovernamental regional.
O encontro constitui-se como uma oportunidade para avaliar as relações entre os dois blocos, no contexto da guerra comercial lançada por Trump e da pressão de Washington para conter a influência de Pequim na América Latina.
Dois terços dos países latino-americanos já aderiram à Uma Faixa, Uma Rota, o principal programa de construção de infraestruturas comerciais da China (pontes, aeroportos, portos, estradas), realizado sobretudo nos países em desenvolvimento.
Num sinal do crescente peso do gigante asiático, a China suplantou os Estados Unidos como principal parceiro comercial de países como o Brasil, Peru e Chile.
Outros participantes esperados no fórum China-CELAC incluem o Presidente da Colômbia, Gustavo Petro, e o Presidente do Chile, Gabriel Boric.
Na semana passada, Gustavo Petro anunciou que iria assinar, durante a viagem à China, uma carta de intenções para que o país se juntasse à Uma Faixa, Uma Rota.
O líder chinês, Xi Jinping, também deverá discursar na abertura do fórum China-CELAC, na terça-feira.
O ministro assistente dos Negócios Estrangeiros chinês, Miao Deyu, disse no domingo que Pequim "sempre abordou o desenvolvimento das relações China-América Latina numa perspetiva estratégica e de longo prazo".
"Os povos da América Latina e das Caraíbas pretendem construir o seu próprio destino, não servir de quintal a nenhum país", disse Miao, numa referência aos Estados Unidos.
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