
"A Organização Mundial da Saúde está profundamente preocupada com o surto de cólera em Angola, com uma elevada taxa de mortalidade de 3,9%, o que indica graves atrasos na deteção, tratamento e acesso aos cuidados - especialmente em áreas vulneráveis", disse Abdou Salam Gueye.
O responsável acrescentou que o aumento da estação das chuvas faz com que Angola enfrente "o risco de transmissão" dos contágios, pelo que considera ser "necessária uma ação urgente e coordenada".
"Sob a liderança do Governo, a OMS e os parceiros estão a trabalhar para reduzir o número de mortes, melhorar a vigilância, alargar o acesso à água potável e ao saneamento, implementar a vacinação e envolver as comunidades", adiantou Abdou Salam Gueye.
"A cólera é evitável e tratável. É essencial uma forte colaboração para salvar vidas e travar a propagação com urgência", concluiu.
Segundo os dados estatísticos divulgados hoje pelas autoridades sanitárias angolanas, o país registou dez mortos e 197 casos de cólera, na quinta-feira, atingindo 448 óbitos e 11.737 infeções desde janeiro, quando foi declarado o surto.
Desde o início do surto de cólera, um total de 11.737 infeções foram reportadas, das quais 4.903 em Luanda, capital angolana e o epicentro da doença, que afeta 17 das 21 províncias do país.
Quanto aos óbitos, o ponto da situação sobre o surto de cólera feito pelo Ministério da Saúde indica que 448 pessoas morreram, sendo a taxa de letalidade de 3,8%, com Luanda a liderar os óbitos, registando 183 mortos, seguindo-se o Bengo (109), Cuanza Norte (52), Benguela (46), Icolo e Bengo (27), Malanje (14) e Cuanza Sul (10), com os maiores números.
EL/ACC (NME) // MLL
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