
A Aliança Democrática (AD) venceu as eleições legislativas antecipadas e, embora não tenha maioria, conseguiu reforçar a sua presença no Parlamento, aumentando de 80 para 89 deputados. Luís Montenegro pediu aos portugueses que o deixassem trabalhar — e os eleitores corresponderam. No discurso de encerramento da noite eleitoral, prometeu liderar um governo “para todos, todos, todos”.
Em entrevista à SIC Notícias, Hugo Soares defendeu que os portugueses reforçaram a confiança na Aliança Democrática (AD), sublinhando que a coligação elegeu mais deputados do que todos os partidos de esquerda juntos.
Questionado sobre se a AD irá optar por dialogar com o Partido Socialista (PS) ou com o Chega, Hugo Soares recordou as palavras de Luís Montenegro: "Vamos fazer o que sempre fizemos, que é dialogar com todos, todos, todos."
Sobre a derrota do PS e a demissão de Pedro Nuno Santos, o líder parlamentar afirmou que o PSD não deve ter qualquer preferência quanto a quem será o próximo líder socialista.
"O PS contribuiu de forma absolutamente gritante para a instabilidade política em Portugal. Em 11 meses, o Partido Socialista derrubou o Governo, em cumplicidade com o Chega, e o resultado está agora à vista", reforça , sublinhando que José Luís Carneiro, caso seja eleito líder socialista , poderá protagonizar uma nova fase do partido.
O "não é não" ao Chega mantém-se?
Hugo Soares defende que, face ao resultado alcançado nestas eleições — com o Chega a crescer de 50 para 58 deputados —, o partido deve demonstrar "maturidade democrática".
No entanto, garante que o "não é não" ao Chega se mantém exatamente como há um ano.
"Se há uma coisa que este primeiro-ministro habituou o país, é que é de palavra. Ele disse 'não é não' ao Chega há um ano e manteve a mesma posição agora."
"A AD ganhou as eleições, saiu reforçada, mais legitimada no seu projeto político e na sua liderança. O que se coloca hoje em cima da mesa é o que as oposições vão fazer. Vão ser responsáveis e deixar governar uma legislatura aqueles que foram escolhidos pelo povo?", reforça.