Os números de nados-vivos e de casamentos aumentaram na Madeira em 2024, enquanto que as mortes diminuíram, segundo os dados definitivos da demografia hoje publicados pela Direcção Regional de Estatística da Madeira (DREM).

Apesar disso, a Região mantém um saldo natural negativo de 781 indivíduos, resultante de um número de nados-vivos (1 793) inferior ao número de óbitos (2 574). Em 2023, o saldo natural havia sido igualmente negativo, embora mais expressivo, -1 040 indivíduos (1 747 nados-vivos e 2 787 óbitos).

Os dados apresentados são referentes a 2024 e apurados com base em informação registada nas Conservatórias do Registo Civil até Março de 2025. “Sublinha-se ainda que a informação relativa aos óbitos de 2024 está sujeita a revisões após a codificação das causas de morte do respectivo ano”, ressalva a DREM.

Mais rapazes do que raparigas

Em 2024, registaram-se 1 793 nados-vivos, filhos de mães residentes na Região, mais 2,6% (46 crianças) do que em 2023.

O maior registo de nascimentos ocorreu em Outubro (173) e o menor em Fevereiro e Julho (134).

Das 1 793 crianças nascidas em 2024, 52,2% eram do sexo masculino, representando uma relação de masculinidade à nascença de 109, ou seja, por cada 100 crianças do sexo feminino nasceram cerca de 109 do sexo masculino. No País, este valor situou-se nos 106.

66% dos nascimentos ocorreram fora do casamento

“Dando continuidade a uma tendência que já vem desde 2016, a maior parte dos nascimentos registados em 2024 ocorreram fora do casamento, constituindo 65,6% do total (59,2% no País)”, observa a DREM: 44,1% de pais que viviam em coabitação e 21,5% de pais que não viviam em coabitação.

A maior concentração de nascimentos deu-se para mães com idades superiores a 29 anos, 62,1%, percentagem inferior à nacional (65,2%). “De notar que as mães com idades compreendidas entre 30 e 39 anos foram responsáveis por 54,0% do total de nascimentos averbados neste ano”, refere a DREM.

Idade média da mãe ao nascimento do primeiro filho desceu para 30,0 anos

A proporção de nados-vivos de mães com 40 ou mais anos foi inferior à de 2023 (9,3% em 2023 e 8,1% em 2024), tendo o número de nados-vivos de mães deste grupo etário diminuído de 162 para 145. O número de nados-vivos de mães adolescentes (19 ou menos anos) aumentou de 28 em 2023 para 34 em 2024 (1,6% em 2023 e 1,9% em 2024).

Em média, as mães residentes na Região tiveram o primeiro filho aos 30,0 anos, ligeiramente mais cedo do que em 2023 (30,5 anos). Considerando o nascimento de filhos independentemente da ordem, a idade média das mães foi de 31,8 anos, também inferior à registada em 2023 (32,3 anos).

Menos 213 óbitos do que em 2023

Analisando os óbitos, verifica-se que ocorreram 2 574 mortes em 2024, menos 213 do que em 2023 (2 787 óbitos), representando uma quebra de 7,6%. Da totalidade de óbitos registados neste ano, 81,9% ocorreram para indivíduos com 65 ou mais anos (86,7% no País) e 52,2% para indivíduos com idades iguais ou superiores a 80 anos (60,7% em Portugal).

O número de óbitos variou ao longo dos meses do ano. O registo mais alto ocorreu no mês de Janeiro (243 óbitos) e o mais baixo no mês de Junho (185 óbitos).

Em 2024, ocorreram 1 207 óbitos de homens (46,9%) e 1 367 de mulheres (53,1%). Desde o início do século, só a partir de 2010 é que o número de óbitos de mulheres passou a superar o de homens, com exceção do ano de 2016.

No ano em referência, contabilizaram-se 6 óbitos de bebés com menos de 1 ano (1 em 2023) e 7 óbitos fetais de mães residentes na RAM (5 em 2023). Em consequência, a taxa de mortalidade infantil aumentou para 3,3 óbitos por mil nados vivos (0,6 em 2023), valor ligeiramente acima da média nacional (3,0 óbitos por mil nados vivos).

Número de casamentos aumentou 7,7%

Na RAM, em 2024, realizaram-se 1 225 casamentos, o que representa um aumento de 7,7% relativamente ao ano transacto (1 137 casamentos). Do total de casamentos observados neste período, 95,7% foram celebrados entre pessoas de sexo oposto, sendo os restantes celebrados entre pessoas do mesmo sexo (53 no total: 34 entre pessoas do sexo masculino e 19 entre pessoas do sexo feminino).

O número de casamentos variou ao longo dos meses do ano, atingindo o valor mais alto no mês de setembro (155 casamentos). O menor número de casamentos ocorreu no mês de fevereiro, tendo sido celebrados 53 casamentos.

Os dados revelam ainda que 67,4% dos casamentos oficializados em 2024 diziam respeito a “primeiros casamentos”. De notar que em 72,4% dos casamentos, os nubentes já partilhavam residência antes do casamento. Segundo o regime de bens, em 55,9% dos casamentos optou-se pelo regime de comunhão de adquiridos.

Quanto à forma de celebração dos casamentos entre pessoas do sexo oposto, 77,8% foram realizados pelo civil e 22,1% pelo rito católico.

A idade média ao primeiro casamento ascendeu a 33,7 anos para as mulheres e a 35,9 anos para os homens (respetivamente, 33,5 e 35,4 anos em 2023).

Em 2024, ocorreram 932 dissoluções de casamento por morte do cônjuge, menos 77 do que em 2023. Destas resultaram 278 viúvos e 654 viúvas, contabilizando-se, entre estes, a dissolução de um casamento entre duas mulheres. A dissolução do casamento por morte do cônjuge afeta sobretudo as mulheres, devido à maior esperança de vida feminina.