
Foi aberta uma averiguação preventiva ao líder socialista, Pedro Nuno Santos, devido à aquisição de dois imóveis, um em Lisboa e outro em Montemor-o-Novo. A informação foi avançada pelo jornal online Observador, e confirmada à SIC.
"Na sequência de receção de denúncias e tendo em vista a recolha de elementos, o Ministério Público determinou a abertura de averiguação preventiva, a qual corre termos no DCIAP. Estas ações de prevenção encontram-se previstas na Lei 36/94, de 29 de setembro", revela o Observador citando uma resposta escrita da Procuradoria-Geral da República (PGR).
A averiguação preventiva, anunciada pelo Ministério Público, significa apenas que existem denúncias e que estão a ser analisadas. Só depois dessa análise é decidido se é, ou não, aberto um inquérito. É exatamente o mesmo tipo de análise que o Ministério Público está a fazer em relação ao caso do primeiro-ministro e da empresa Spinumviva e sobre a qual, diz à SIC, “de momento, nada a acrescentar à informação oportunamente prestada”.
Apesar de a denúncia anónima ter sido enviada recentemente à PGR, a questão dos imóveis foi notícia em novembro de 2023. Uma investigação da revista Sábado abordava a suspeita de terem sido usados fundos para financiar a compra dos imóveis.
Um deles, contou à data a revista, foi adquirido em 2018 em regime de co-propriedade com a sua mulher no valor de 740 mil euros. Parte deste valor foi paga a pronto pela mulher do líder socialista - informação, aliás, confirmada por Pedro Nuno Santos à Sábado - , e o restante 450 mil euros financiado através de um crédito bancário, que terá sido liquidado pouco tempo depois.
A aquisição do outro imóvel, na zona de Montemor-o-Novo, ocorreu em fevereiro de 2022. Trata-se, segundo a Sábado, de um imóvel com piscina, num terreno com cerca de 2,2 hectares, cuja compra terá rondado os 570 mil euros. A compra foi financiada através de um crédito da Caixa Geral de Depósitos (CGD) no valor de 455 mil euros (455.950 euros), e o restante com capitais próprios de Pedro Nuno Santos e da sua mulher.
No trabalho de investigação, a revista Sábado estabelecia uma relação entre a compra deste terreno e a localização decidida pelo socialista, à data ministro das Infraestruturas, para o novo aeroporto. Uma relação que, avança ainda o jornal Observador, não está a ser alvo da análise em curso no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).
[Notícia atualizada às 17:11]