O primeiro-ministro reiterou esta quarta-feira que ver pessoas encostadas à parede "não é uma imagem agradável" e preferia que "não fosse necessário", mas defendeu que "a PSP fez bem" na operação do Martim Moniz, em 19 de dezembro.

"Do ponto de vista da dignidade das pessoas, aquilo que vemos visualmente, as pessoas encostadas a uma parede com os braços no ar, não é uma imagem agradável. Mas eu assumi, e assumo outra vez, que apesar desse efeito visual, eu compreendi a ação da polícia, até presumia que ela se inscrevia -- não falei com ninguém da polícia, foi assim que disse -- naquilo que são as melhores técnicas policiais para a operação que estava ali a ser levada a cabo, que estava a ser conduzida por magistrados do Ministério Público", afirmou Luís Montenegro no primeiro debate quinzenal do ano, na Assembleia da República.

Em resposta ao líder do Chega, André Ventura, o primeiro-ministro indicou que aquelas pessoas "só estavam naquela situação" porque "estavam a ser revistadas e porque estavam, no âmbito da prevenção, a ser objeto de uma diligência para ver se tinham armas, drogas ou de elementos que indiciassem condutas criminais".

"Se me pergunta: 'tem prazer em ver pessoas encostadas à parede com os braços no ar? claro que não, é essa a resposta", acrescentou.

Montenegro teria preferido que tal "não fosse necessário", apesar de compreender que "naquela circunstância tinha de ser mesmo assim".

Instado diretamente por André Ventura a avaliar a ação da polícia, o primeiro-ministro respondeu: "A PSP fez bem".

Na sua intervenção, o líder do Chega acusou o líder do executivo de tirar autoridade à polícia.

"Ao dizer, por um lado, que essas operações fazem bem, e por outro que não gosta de ver, está a tirar autoridade à polícia, está a tirar autoridade às forças de segurança, está a dar sinais errados ao país, quando sabe muito bem que já houve operações destas e parecidas com esta no Porto, em Braga, no Funchal, em ponta Delgada, em todo o país", defendeu.