
Luís Montenegro está a dar tudo para conquistar um resultado robusto nas eleições de Domingo e até já foi a Fátima rezar por Santa Maioria Maior. O líder da Aliança Democrática pretende alcançar uma maioria que lhe dê condições para governar e não ter de responder a perguntas durante quatro anos. Montenegro já revelou, durante esta campanha, que deixou de ver notícias, mas fundamentalmente quer deixar de protagonizá-las.
Primeiro, em Outubro, o primeiro-ministro insurgiu-se contra os auriculares dos jornalistas; agora, zangou-se com o microfone da RTP. Ao som, reage com fúria. Para além do microfone e do auricular, nos últimos dias já pôs em causa as greves dos sindicatos da CP, que recorrem ao megafone. Só falta mesmo ao líder do PSD ser desagradável com um autor de uma coluna. No fundo, Montenegro é contra transdutores de som. O que é estranho, porque ele é alto e falante.
Luís Montenegro reage a perguntas sobre a Spinumviva mais ou menos como os utentes da CP reagem a uma greve. Os utentes da CP irritam-se em público, numa estação; Luís Montenegro irrita-se com a estação pública. Mesmo se a pergunta tiver sido feita, não pela RTP, mas pela SIC. É uma confusão natural para quem está habituado a confundir o serviço público com o trabalho para privados.
Nesta terça-feira, optou por chamar o filho à campanha. Tal a de como Cristianinho para a seleção sub-15, a convocatória de Hugo Montenegro surpreendeu muita gente. O novo CEO da Spinumviva pediu aos portugueses que deixem o pai governar e revelou estar disponível para responder pela empresa, em caso de Comissão Parlamentar de Inquérito. Se este número tinha o objetivo de dissipar dúvidas quanto à empresa, falhou. É que ficamos ainda mais convencidos de que a Spinumviva não é uma empresa de proteção de dados, mas uma empresa de proteção do daddy.